As plantas mais resistentes não são as que crescem no meio da floresta, ao abrigo das tormentas. São as que se encontram na periferia e recebem vento de todos os lados.
O vento as encurvam e as retorcem e é assim que elas se tornam gigantescas.
Para que as raízes das árvores se fortaleçam, é preciso que elas sejam açoitadas por ventos e temporais.
E é essa planta que, no meio da campina, se mostra adequda para abrigar o gado e o rebanho. A terra ao seu redor é dura. A chuva é de pouca valia para ela, pois a água escorre e vai embora.
Então vêm as tempestades. A árvore se contorce, se retorce e verga quase arrancada pelas raízes.
Se falasse, certamente iria reclamar amargamente desse “castigo”. Será que, nesse caso, Deus não a deveria atender e fazer cessar a tempestade?
A ventania faz a planta se dobrar ao meio. Parece enraivecida. Será que tanta crueldade tem algum propósito. Isso é amor?
O solo ao redor da árvore agora está todo aberto. Há grandes e profundas rachaduras por ali. Um desavisado talvez as veja como dolorosas feridas. Então vem a chuva, com sua abençoada missão.
As “feridas” se enchem de água, que penetra profundamente na terra, alcançando até as mais distantes pontas da raiz.
O sol volta a brilhar. Uma nova e vigorosa vida brota da planta. As raízes se aprofundam cada vez mais. Os ramos crescem e se distendem.
E ouve-se um estalo, como se fosse um tiro, “suas roupas” ficaram pequenas para ela. Está crescendo como um gigante. Está se aprofundando cada vez mais.
É dessa árvore que todos querem tirar as vigas que sustentarão seus lares.
É dela que o marceneiro fará os mais requintados móveis.
Os estaleiros anseiam encontrá-la para construir seus navios.
Sempre que, em nosso meio, encontrarmos um “gigante”, pensemos no caminho que ele já percorreu. Ao certo, não foi sempre uma estrada ensolarada, ladeada de flores. Pode ter sido uma trilha estreita, íngreme, pedregosa, onde as rajadas de vento quase o derrubaram. Ali, as rochas pontiagudas podem ter ferido seus pés. Os espinhos podem tê-lo arranhado.
Mas, como todo aquele que não se deixa morrer pelas envergaduras da vida, se levanta, cura as feridas, aproveita as gotas de chuva e a escuridão momentânea para enxergar além. Como a árvore, torna-se um marco, um porto seguro para aqueles que buscam abrigo embaixo de suas copas.
Eu conheci e aprendi com um gigante. Eu conheço e aprendo com um gigante. Eu convivo com alguém que pretende ser gigante.
Adaptado de Fontes no Vale
Lettie Cowman
Fotos: meu pai, minha mãe e meu marido.
3 comentários:
Raquel,
Esta apostila de exercicios da PGE de R$ 21,00 é a mesma que esta sendo vendida no Cegm?
Beijos
Nao assinei o comentario... rs
Beijos,
Luisa
É sim.
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