Achava-se sentado junto a uma lareira numa fria noite de inverno. Ali, na quietude da noite, escutava o cântico da lenha envoltas pelas chamas.
Aquela madeira, ali queimando, emitia diversos sons.
Era como se os sons estivessem aprisionados na lenha. Estavam adormecidos e em silêncio. Agora, exposta ao fogo, a música se desprendia dela.
Quando ainda era árvore na floresta, os pássaros pousavam em seus galhos e soltavam trinados. O vento assobiava por entre seus ramos, criando uma melodia única.
Certamente alguém esteve ali, embaixo de sua sombra, cantarolando uma doce cantiga de alegria.
Casais enamorados esculpiram as iniciais de seus nomes enquanto trocavam juras de amor.
E todas as notas dessas canções e melodias haviam como que se apegado à árvore e se entranharam em seu tronco, ficando ali adormecidos, até que um dia a árvore foi cortada.
Uma parte dela foi usada como lenha, colocada na lareira e consumida pelo fogo. As chamas despertaram a música que se encontrava adormecida no coração dela.
Muitas dessas divagações sobre as árvores e as canções podem ser comparadas a muitas vidas.
A vida contém muitas notas e tons, alguns são alegres, outros sufocados por lágrimas.
Os anos passam e nada inspira para que sejam entoados cânticos e melodias.
Afinal, vem o sofrimento e em meio às chamas da dor, as melodias que se achavam aprisionadas há muito tempo se soltam e entoam músicas magistrais, emitindo notas de amor, para alegrar e abençoar o mundo.
Foram armazenadas durante o longo verão da vida e guardadas no coração.
Agora, na hora da dor e sofrimento elas se fazem ouvir.
Recolhamos os gravetos esparsos que nos darão fogo durante o inverno.
Adaptado de Fontes no Vale
Lettie Cowman
Foto 1: http://fotos.sapo.pt/LRnEq7FeEO247syUgbTL
Foto 2: Raquel Tinoco
Aquela madeira, ali queimando, emitia diversos sons.
Era como se os sons estivessem aprisionados na lenha. Estavam adormecidos e em silêncio. Agora, exposta ao fogo, a música se desprendia dela.
Quando ainda era árvore na floresta, os pássaros pousavam em seus galhos e soltavam trinados. O vento assobiava por entre seus ramos, criando uma melodia única.
Certamente alguém esteve ali, embaixo de sua sombra, cantarolando uma doce cantiga de alegria.
Casais enamorados esculpiram as iniciais de seus nomes enquanto trocavam juras de amor.
E todas as notas dessas canções e melodias haviam como que se apegado à árvore e se entranharam em seu tronco, ficando ali adormecidos, até que um dia a árvore foi cortada.
Uma parte dela foi usada como lenha, colocada na lareira e consumida pelo fogo. As chamas despertaram a música que se encontrava adormecida no coração dela.
Muitas dessas divagações sobre as árvores e as canções podem ser comparadas a muitas vidas.
A vida contém muitas notas e tons, alguns são alegres, outros sufocados por lágrimas.
Os anos passam e nada inspira para que sejam entoados cânticos e melodias.
Afinal, vem o sofrimento e em meio às chamas da dor, as melodias que se achavam aprisionadas há muito tempo se soltam e entoam músicas magistrais, emitindo notas de amor, para alegrar e abençoar o mundo.
Foram armazenadas durante o longo verão da vida e guardadas no coração.
Agora, na hora da dor e sofrimento elas se fazem ouvir.
Recolhamos os gravetos esparsos que nos darão fogo durante o inverno.
Adaptado de Fontes no Vale
Lettie Cowman
Foto 1: http://fotos.sapo.pt/LRnEq7FeEO247syUgbTL
Foto 2: Raquel Tinoco