quinta-feira, 23 de junho de 2011

Joca

Para você que sente tanta falta do Jiló quanto eu, apresento o Joca, o mais novo membro da família.

Desde que o Jiló se foi, faltava alguma coisa por aqui. Um sorriso, um latido, um cachorro deitado ao lado da cama, embaixo do rack, latindo com a Mel, fazendo travessuras, subindo na cama da Ruth e dando-lhe lambidas no rosto...

Não teve jeito. Foi como um vício. Precisava ver um pastor correndo pelo quintal, andando atrás de mim. A saudade do Jiló só aumentava, aumentava... Eu sei, jamais irei esquecê-lo, a saudade apenas é amenizada pelo tempo. 

Aí apareceu o Joca. Na realidade, aconteceu como acontece sempre. O nome veio antes do cachorro.

No sábado, após a  morte do Jiló, subi a Terê atrás de um pastor alemão. Cheguei tarde ao local dos filhotes, mas encontrei alguém que criava. Joca não estava lá, chegaria no dia seguinte. Decidi que se tivesse que ser nosso, seria. Autorizei a venda para outra pessoa que o quisesse no domingo e continuei, com Paulo, a busca pela internet. Nada!!!

Quinze dias se passaram. Sábado, dia 18, aniversário da Ruth, uma ligação. Joca não tinha sido vendido. Era o último da ninhada. Fizemos uma oferta. Aceita!!! Subimos ansiosos e quando o segurei no colo, ele grudou no meu pescoço, lambeu meu rosto e lembrei do Jiló. Era meu. A Ruth ficou radiante, um presente de aniversário especial!!!!

As semelhanças são tantas que às vezes nos pegamos chamando-o pelo nome de Jiló. Se o Jijo era 220, o Joca é 360.

Em apenas um dia:

1. Roeu dois pares de chinelos e ainda tentou roer todos os outros sapatos que viu pelo caminho.
2. Puxou a ponta da toalha da mesa onde o bolo da Ruth estava sendo preparado e só viram quando o bolo começou a "andar".
3. Pulou na tábua do bolo e quase o derrubou.
4. Trancou-se no banheiro, virou o cesto de roupa suja e ficou preso dentro dele.
5. Cavou um buraco nas plantas do Paulo e acabou com sua florzinha do coração, cultivada com tanto carinho.
6. Pulou na cama da Ruth e deu aqueeeeela lambida.
7. Puxou a almofada do sofá e saiu correndo.


Ufa!!! Acho que foi só.

Como o Jiló, apaixonou-se pela Mel. 


Adivinhe onde ele está agora?


Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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