Desde que o Jiló se foi, faltava alguma coisa por aqui. Um sorriso, um latido, um cachorro deitado ao lado da cama, embaixo do rack, latindo com a Mel, fazendo travessuras, subindo na cama da Ruth e dando-lhe lambidas no rosto...
Não teve jeito. Foi como um vício. Precisava ver um pastor correndo pelo quintal, andando atrás de mim. A saudade do Jiló só aumentava, aumentava... Eu sei, jamais irei esquecê-lo, a saudade apenas é amenizada pelo tempo.
Aí apareceu o Joca. Na realidade, aconteceu como acontece sempre. O nome veio antes do cachorro.

Quinze dias se passaram. Sábado, dia 18, aniversário da Ruth, uma ligação. Joca não tinha sido vendido. Era o último da ninhada. Fizemos uma oferta. Aceita!!! Subimos ansiosos e quando o segurei no colo, ele grudou no meu pescoço, lambeu meu rosto e lembrei do Jiló. Era meu. A Ruth ficou radiante, um presente de aniversário especial!!!!
As semelhanças são tantas que às vezes nos pegamos chamando-o pelo nome de Jiló. Se o Jijo era 220, o Joca é 360.
Em apenas um dia:
1. Roeu dois pares de chinelos e ainda tentou roer todos os outros sapatos que viu pelo caminho.
2. Puxou a ponta da toalha da mesa onde o bolo da Ruth estava sendo preparado e só viram quando o bolo começou a "andar".
3. Pulou na tábua do bolo e quase o derrubou.
4. Trancou-se no banheiro, virou o cesto de roupa suja e ficou preso dentro dele.
5. Cavou um buraco nas plantas do Paulo e acabou com sua florzinha do coração, cultivada com tanto carinho.
6. Pulou na cama da Ruth e deu aqueeeeela lambida.
7. Puxou a almofada do sofá e saiu correndo.
Ufa!!! Acho que foi só.
Como o Jiló, apaixonou-se pela Mel.

Adivinhe onde ele está agora?