Nas postagens anteriores você deve ter lido sobre histórias de sucesso de muitos leões lendários ou mesmo anônimos, mas grandes guerreiros.
Existem histórias que de tanto serem contadas acabam por se tornarem lendas.
Desde que conheci Raquel e por ela me apaixonei, ouço falar de um leão lendário, um guerreiro, vencedor em todas as batalhas que enfrentou. Pai de dez filhos numa época muito diferente de hoje, onde as dificuldades eram maiores.
Homem temente a Deus, cumpridor de seus deveres, um herói sem escudo, capa ou superpoderes, mas que apesar das dificuldades e de seus parcos ganhos, sempre tinha um trocado para socorrer um filho em apuros. E olha que eram dez!!!
Muitos netos e bisnetos depois, tornou-se uma referência e percebo isso cada vez que a ele se referem, listando suas inúmeras qualidades e, sinceramente, ainda não ouvi um defeito.
Quando minha esposa começa a contar histórias sobre esse herói, eu o vejo em seu "batmóvel", uma bicicleta velha entulhada de verduras fresquinhas, plantadas, cultivadas e colhidas por ele, tudo com muita dedicação.
Seriam os famosos doces do "Valdevino" ou "vô Divino", que lhe concediam poderes para abençoar, poderes para se fazer presente, poderes para com um único olhar, uma só palavra conter a turba de filhos e netos?
Filhos que, algumas vezes, por desobediência tiveram que ficar por um bom tempo em algum galho de árvore, bem alto, diga-se de passagem, até que a calmaria voltasse.rsrs
Seriam poderes de bombeiro que lher permitiram salvar a D. Ruth quando quase caiu em uma vala? (você precisa ver a "risarada" quando essa história é contada). kkkkkkk
Poderes de águia para fazer a chamada, silenciosamente, um a um, de cada filho para ver se algum tinha se retirado do culto.
E ainda havia tempo para ser charmoso e muito paquerado, rs, segundo sua querida Ruth.
"Roldevino (como o chamava, rs) vinha de Itaguaí com as sacolas de compras e quando descia no ponto de ônibus, sempre aparecia uma engraçadinha para ajudá-lo a carregá-las.
" Aí, Raquel pacifica "Mas, mãe, elas só queriam ajudar aquele pobre velhinho" e ela "eu sei, pois bem". kkkkk
Isso mesmo, seu nome, Valdevino José da Costa, mineiro tranquilo que passou por esta vida sem fazer estardalhaço, sem pompa ou foguetórios, mas que deixa uma herança preciosa e impagável: uma família bem criada, bem educada e de pessoas de bem, profissionais competentes que em tudo que fazem se destacam, a exemplo do pai.
Uma certeza eu tenho: muita coisa eu perdi em não conhecê-lo e outra verdade eu constato: o mundo seria muito melhor e mais justo se em cada família houvesse ao menos um Valdevino.
Paulo Slompo