domingo, 24 de agosto de 2008

Mestre dos Mestres


Algo novo quebrou a mesmice. Havia um homem que morara por trinta anos num deserto. Seus dircursos eram estranhos, seus gestos, bizarros. Parecia delirar em seu modo estranho de viver.

Estava perturbado com a idéia fixa de que era o precursor do homem mais importante que jamais pisaria na Terra.

Seu nome era João, sobrenome Batista. O que parecia mais estranho era que ele não convivera com a pessoa que anunciava, mas ela havia ocupado seu imaginário.

Multidões se aproximavam para ver o espetáculo de suas idéias. Ele teve a coragem de dizer que o homem que aguardava era tão grande que ele mesmo não era digno de desatar-lhe as correias das sandálias. As pessoas ficavam perplexas com essas palavras.

Alguns achavam que o homem anunciado apareceria como um rei, outros imaginavam que ele apareceria como um general, outros ainda pensavam que ele era uma pessoa riquíssima.

Todos o aguardavam ansiosamente.

Concordavam, porém, que o encontro com ele seria solene, com discurso arrebatador.

De repente, surgiu discretamente um homem simples, de origem pobre. Ninguém o notou.

Suas vestes eram surradas, sem nenhum requinte. Sua pele era desidratada, seca e sulcada, resultado do trabalho árduo e da longa exposição ao sol.

Procurava passagem no meio da multidão. Tocava as pessoas com suavidade, pedia licença e pouco a pouco conseguia seu espaço. Alguns não gostaram, outros ainda ficaram indiferentes à sua atitude.

Subitamente seus olhares se cruzaram. João contemplou o homem dos seus sonhos.

Foi arrebatado pela imagem, que não coincidia com a imagem fantasiada pelas pessoas.

João via o que ninguém enxergava e, para espanto da multidão, exaltou sobremaneira aquele homem simples.

As pessoas ficaram confusas e decepcionadas.

Se a imagem as chocou, esperavam ao menos um discurso impactante.

Porém o homem dos sonhos de João entrou mudo e saiu calado.

O sonho da multidão se dissipou como gotas de orvalho agredidas pelo sol do Saara. Afinal de contas, tinham sonhos, fome, dificuldades, os transtornos sociais eram enormes.

Elas precisavam de alento.

Todos deveríamos em algum momento questionar nossas vidas e analisar pelo que estamos lutando.

Quem não fizer este questionamento estará fadado a viver para trabalhar, cumprir obrigações profissionais, ser infeliz no ambiente familiar.

Por fim, sucumbir no vazio.

Adaptado de Nunca desista de seus sonhos.
Augusto Cury.

2 comentários:

Professora Raquel Tinoco disse...

Profª Raquel.

Sou sua aluna na turma de PGE do CEGM.
Gosto muitíssimo de seu blog:suas mensagens otimistas, ensinamentos e reflexões.
Acho, também, que você deveria escrever um livro!
Continuarei atenta, não só nas aulas, como aqui.
Obrigada,
Andrea.

Professora Raquel Tinoco disse...

Oi Andrea. Obrigada. Deus a abençoe. Vou seguir o seu conselho e o conselho da Carla. Beijos

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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