Na pausa não há música, há silêncio. Na melodia da nossa vida, a música é interrompida aqui e ali por "pausas" e, nós, sem refletirmos, pensamos que é o "gran finale", a música terminou. O som se foi de vez.
Às vezes, é nos enviado um tempo de parada forçada, de planos fracassados e de frustrações.
Faz-se uma pausa repentina no coral de nossa vida.
E lamentamos que a nossa voz tenha que calar-se.
Mas como é que o maestro lê a pausa? Sei bem como funciona essa combinação, pois já regi muitas vozes em melodias e pausas.
A pausa significa silêncio, mas o ritmo continua sendo marcado. O compasso não pára. Continua na mesma precisão e a nota melodiosa é retomada após a pausa. E vem o som.
A melodia continua como se não tivesse sido interrompida. A pausa a compõe, faz parte dela e a ela se incorpora de tal forma que os espectadores nem mesmo a percebem.
Na melodia de cada vida, a nossa parte é resistir nas pausas. Elas não estão ali para serem omitidas ou deixadas de lado. Elas não estão ali para pôr fim à música, elas fazem parte dela.
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