Ao se entregar e ser manietado, seus discípulos percebem o inevitável. Seu Mestre de fato viveria o martírio sobre o qual sempre os alertou. Nada o faria desistir do seu destino, "nem os exércitos dos céus" que disse que teria sob seu comando.
Então, eles se dispersaram amedrontados e confusos, como ovelhas sem pastor. Exatamente como Jesus havia predito.
Precisamos fazer algumas considerações importantes sobre este assunto. Como ele conseguiu prever a dispersão dos discípulos?
Do ponto de vista da sua humanidade, ele analisava o comportamento humano e percebia as dificuldades do homem em lidar com suas emoções nos focos de tensão.
Ele sabia que quando o mar da emoção estava calmo, o homem era um bom navegante, mas quando estava agitado, ele perdia o controle de suas reações. De fato, não há gigantes no território da emoção. Pessoas sensatas e lúcidas têm seus limites. Sob um foco de tensão, muitas perdem sua sensatez. Alguns são seguros e eloquentes quando nada os contraria, mas sob o calor da ansiedade, se comportam como meninos.
O Mestre da vida era um excelente psicólogo. Sabia que o medo controlaria o território de leitura da memória dos seus discípulos, dissipando a lucidez e travando a capacidade de pensar. Não exigiu nada. Apenas previu que, quando o medo os envolvesse, eles se esqueceriam dele, fugiriam inseguros.
Nós exigimos o que as pessoas não podem nos dar. Não é possível dar o que se não tem. É necessário plantar para depois colher.
Plantar diariamente a segurança, a solidariedade, a honestidade, a perseverança, a alegria nos pequenos detalhes da vida, a capacidade de expor e não impor as idéias para, muito tempo depois, colher essas funções nobres da inteligência.
Se esperasse muito dos seus discípulos, ele se frustraria excessivamente com o abandono deles, com a traição de Judas e a negação de Pedro. Neste caso, poderia desistir do seu martírio. Entretanto, educava-os, mas não esperava resultados imediatos.
Quem quer ser um bom educador tem de ter a paciência de um agricultor. Se quisermos ter dias felizes não devemos esperar resultados imediatos.
Às vezes, educamos nossos filhos com o maior carinho e eles nos frustram com seus comportamentos, parece que tudo que ensinamos foram como sementes lançadas em terra árida.
Mas sutilmente, sem percebermos, essas sementes um dia eclodem, criam raízes, crescem e se tornam belas características de personalidade.
O Mestre da vida entendia os limites das pessoas, por isso amava muito e exigia pouco, ensinava muito e cobrava pouco.
Esperava que o amor e a arte de pensar florescessem pouco a pouco no terreno da inteligência.
Ele se preocupava não apenas com o bem estar físico dos discípulos, mas queria que eles não desistissem de si mesmos quando fracassassem.
Tal comportamento evidencia a face de Jesus como psicoterapeuta. Não era apenas um mestre, um médico, um amigo, um educador e um comunicador do mais alto nível, ma era um excelente psicoterapeuta.
Ele conseguia prever as emoções mais sutis e angustiantes dos seus discípulos antes delas se encenarem no palco de suas mentes, e dava-lhes subsídio para que as superassem quando surgissem.
Quantos se suicidam como Judas, por estarem decepcionados consigo mesmos?
Quantos, diante dos erros, se envergonham e retrocedem em sua caminhada?
Quantos não se esmagam com sentimento de culpa e vivenciam crise depressivas diante das suas falhas?
Jesus sabia que o homem é o pior carrasco de si mesmo.
Por isso, estava sempre querendo tornar leve o fardo da vida, libertar a emoção do cárcere.
Ninguém que andava com o mestre de Nazaré vivia se martirizando.
Até uma prostituta sentia-se aliviada ao seu lado. Algumas derramavam lágrimas sobre ele, por tratá-Ias com tanto amor, por dar continuamente uma oportunidade a elas.
Será que as pessoas se sentem aliviadas ao nosso redor?
Será que lhes damos condições para que elas rasguem a sua alma e no contem seus problemas?
Não poucas vezes, ao ver a queda da pessoas, as criticamos ao invés de ajudá-Ias a se levantarem.
O mais excelente Mestre da emoção sabia que seus discípulos o amavam, mas ainda não tinham estrutura para vencer o medo, o fracasso, as perdas.
Previu que eles o abandonariam para que eles conhecessem a si mesmos e compreendessem suas limitações. Fossem fortes após a derrotas.
O comportamento de Jesus mais uma vez concilia características quase que irreconciliáveis.
Ele demonstrou ter um poder incompreensível, capaz de arregimentar exércitos de anjos.
O que podemos esperar de uma pessoa tão forte?
Autoridade, julgamento, rigidez, imposição de normas, crítica contundente aos erros.
Todavia, eis que nele encontramos afetividade, tolerância, compreensão das falhas, gentileza e ausência de cobranças.
É horrível conviver com alguém disciplinador e que quer que todos vejam o mundo apenas com seus olhos, mas é agradável conviver com alguém maleável, capaz de enxergar com os olhos dos outros.
A personalidade de Jesus é encantadora. Raramente alguém que esteve no topo do poder desceu para perscrutar os sentimentos mais ocultos do ser humano.
Quem quisesse ser um discípulo de Jesus, jamais poderia se diplomar na vida e nem desistir de si mesmo.
O Mestre da vida não procurava gigantes nem heróis, mas homens que tivessem a coragem de levantar-se após cair, de retomar o caminho após fracassar.
Extraído de "O Mestre da Vida"
Augusto Cury
Então, eles se dispersaram amedrontados e confusos, como ovelhas sem pastor. Exatamente como Jesus havia predito.
Precisamos fazer algumas considerações importantes sobre este assunto. Como ele conseguiu prever a dispersão dos discípulos?
Do ponto de vista da sua humanidade, ele analisava o comportamento humano e percebia as dificuldades do homem em lidar com suas emoções nos focos de tensão.
Ele sabia que quando o mar da emoção estava calmo, o homem era um bom navegante, mas quando estava agitado, ele perdia o controle de suas reações. De fato, não há gigantes no território da emoção. Pessoas sensatas e lúcidas têm seus limites. Sob um foco de tensão, muitas perdem sua sensatez. Alguns são seguros e eloquentes quando nada os contraria, mas sob o calor da ansiedade, se comportam como meninos.
O Mestre da vida era um excelente psicólogo. Sabia que o medo controlaria o território de leitura da memória dos seus discípulos, dissipando a lucidez e travando a capacidade de pensar. Não exigiu nada. Apenas previu que, quando o medo os envolvesse, eles se esqueceriam dele, fugiriam inseguros.
Nós exigimos o que as pessoas não podem nos dar. Não é possível dar o que se não tem. É necessário plantar para depois colher.
Plantar diariamente a segurança, a solidariedade, a honestidade, a perseverança, a alegria nos pequenos detalhes da vida, a capacidade de expor e não impor as idéias para, muito tempo depois, colher essas funções nobres da inteligência.
Se esperasse muito dos seus discípulos, ele se frustraria excessivamente com o abandono deles, com a traição de Judas e a negação de Pedro. Neste caso, poderia desistir do seu martírio. Entretanto, educava-os, mas não esperava resultados imediatos.
Quem quer ser um bom educador tem de ter a paciência de um agricultor. Se quisermos ter dias felizes não devemos esperar resultados imediatos.
Às vezes, educamos nossos filhos com o maior carinho e eles nos frustram com seus comportamentos, parece que tudo que ensinamos foram como sementes lançadas em terra árida.
Mas sutilmente, sem percebermos, essas sementes um dia eclodem, criam raízes, crescem e se tornam belas características de personalidade.
O Mestre da vida entendia os limites das pessoas, por isso amava muito e exigia pouco, ensinava muito e cobrava pouco.
Esperava que o amor e a arte de pensar florescessem pouco a pouco no terreno da inteligência.
Ele se preocupava não apenas com o bem estar físico dos discípulos, mas queria que eles não desistissem de si mesmos quando fracassassem.
Tal comportamento evidencia a face de Jesus como psicoterapeuta. Não era apenas um mestre, um médico, um amigo, um educador e um comunicador do mais alto nível, ma era um excelente psicoterapeuta.
Ele conseguia prever as emoções mais sutis e angustiantes dos seus discípulos antes delas se encenarem no palco de suas mentes, e dava-lhes subsídio para que as superassem quando surgissem.
Quantos se suicidam como Judas, por estarem decepcionados consigo mesmos?
Quantos, diante dos erros, se envergonham e retrocedem em sua caminhada?
Quantos não se esmagam com sentimento de culpa e vivenciam crise depressivas diante das suas falhas?
Jesus sabia que o homem é o pior carrasco de si mesmo.
Por isso, estava sempre querendo tornar leve o fardo da vida, libertar a emoção do cárcere.
Ninguém que andava com o mestre de Nazaré vivia se martirizando.
Até uma prostituta sentia-se aliviada ao seu lado. Algumas derramavam lágrimas sobre ele, por tratá-Ias com tanto amor, por dar continuamente uma oportunidade a elas.
Será que as pessoas se sentem aliviadas ao nosso redor?
Será que lhes damos condições para que elas rasguem a sua alma e no contem seus problemas?
Não poucas vezes, ao ver a queda da pessoas, as criticamos ao invés de ajudá-Ias a se levantarem.
O mais excelente Mestre da emoção sabia que seus discípulos o amavam, mas ainda não tinham estrutura para vencer o medo, o fracasso, as perdas.
Previu que eles o abandonariam para que eles conhecessem a si mesmos e compreendessem suas limitações. Fossem fortes após a derrotas.
O comportamento de Jesus mais uma vez concilia características quase que irreconciliáveis.
Ele demonstrou ter um poder incompreensível, capaz de arregimentar exércitos de anjos.
O que podemos esperar de uma pessoa tão forte?
Autoridade, julgamento, rigidez, imposição de normas, crítica contundente aos erros.
Todavia, eis que nele encontramos afetividade, tolerância, compreensão das falhas, gentileza e ausência de cobranças.
É horrível conviver com alguém disciplinador e que quer que todos vejam o mundo apenas com seus olhos, mas é agradável conviver com alguém maleável, capaz de enxergar com os olhos dos outros.
A personalidade de Jesus é encantadora. Raramente alguém que esteve no topo do poder desceu para perscrutar os sentimentos mais ocultos do ser humano.
Quem quisesse ser um discípulo de Jesus, jamais poderia se diplomar na vida e nem desistir de si mesmo.
O Mestre da vida não procurava gigantes nem heróis, mas homens que tivessem a coragem de levantar-se após cair, de retomar o caminho após fracassar.
Extraído de "O Mestre da Vida"
Augusto Cury
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