Certa ocasião, um naturalista de Cambridge relatou uma experiência que realizou com um pombo. A ave nascera e vivera numa gaiola; nunca havia saído dela.
Um dia, esse homem a levou para a varanda de sua casa e a atirou para o alto. Para sua surpresa, constatou que o pássaro tinha perfeitas condições de voar. Ele deu várias voltas por ali, dando a impressão de que voara desde o seu nascimento.
Daí a pouco, porém, seu vôo havia se tornado pesado, os movimentos espasmódicos, e as voltas, cada vez menores. Por fim, o pombo veio em direção ao dono, bateu de encontro ao seu peito e caiu ao chão.
Qual a razão disso? Era que, embora ele houvesse nascido com instinto de voar, não aprendera a parar. A capacidade de parar era adquirida e não instintiva.
Se a ave não tivesse se atirado contra o peito de seu dono para parar subitamente, teria continuado a voar até morrer de cansaço. Isso é uma figura da vida moderna.
Nossa sociedade parece possuir o instinto da atividade, mas não possui a capacidade de parar. Ficamos dando voltas e mais voltas, num circular incessante e cansativo, até quase morrer ainda em alta velocidade.
Então, qualquer experiência difícil, qualquer choque que soframos, que sirva para deter nosso giro constante, na verdade, é uma bênção. Muitas vezes, a vida permite que um severo golpe nos atinja com o objetivo de nos fazer parar. Caímos em desespero, pensamos em desistir e até mesmo em morrer.
Nessas horas, é preciso estar atento, pois a voz suave e meiga do Mestre vem nos dizer: "Aquieta-te e saiba que Eu sou Deus"!
Adaptado de Fontes no Vale
Lettie Cowman
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