segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Por que comemoro o Natal?

Nunca me ocorreu que o Natal se tornasse um assunto polêmico. O problema é que somos polêmicos por nós mesmos. Enquanto polemizamos a respeito do Natal, a sociedade brasileira cada vez mais necessita de presídios (já temos o Bangu 8), de policiais, de delegacias, de sepulturas, de IML, de seguranças, de muros, de carros blindados, de câmaras que interferem em nossa privacidade...

Quero responder à pergunta “por que comemoro o Natal?”. Talvez você se apresse em dizer: “Mas não lhe fiz pergunta alguma!”. Concordo, contudo é possível que você não saiba responder à pergunta que lhe faço:

“Por que você comemora ou não comemora o Natal?”.

Somos uma geração que desaprendeu a refletir, pensar, porque temos tudo ou quase tudo pronto, à nossa disposição para consumo. E quando algo se quebra ou não funciona mais, não queremos ter o trabalho de consertar, preferimos trocar por algo novo. Isso acontece até com os relacionamentos, afinal “a fila tem que andar”.

Este é o tempo do “fast”: “fast-food”, “fast-relationship”, “fast-celebration”, “fast-worship”, “fast-release”, “fast-prayer”…

Este é o tempo das frases de efeito:

“Diga isso ou diga aquilo”... E vamos repetindo, irrefletidamente. Quando pergunto a alguém o que significam algumas dessas expressões, a resposta é:

“Não sei”.

É por isso que, mesmo que você não tenha perguntado, quero dizer-lhe porque comemoro o Natal.

Minha primeira razão é teológica:

Deus é eterno. O nascimento de Jesus foi pactuado antes da fundação do mundo (Apocalipse 13:8).

Deus não fez um plano emergencial para dar uma resposta a Satanás quando Adão e Eva pecaram.

Deus sabia que Adão e Eva pecariam e providenciou a redenção da humanidade antes da fundação do mundo, isto é, na eternidade.

A Terra e sua plenitude, o mundo e os que nele habitam pertencem a Deus (Salmo 24:1; 1 cor. 10:25-26).

As festas, as celebrações, o Natal, a Páscoa, os aniversários, as pessoas, tudo pertence a Deus.

Portanto, o Natal é a restituição à humanidade do propósito de Deus, de algo que pertence a Deus. Se abolirmos o Natal estaremos tirando de Deus o que lhe pertence.

A segunda razão porque comemoro o Natal é Cristológica:

O nascimento de Jesus Cristo é um fato histórico e não um mito.

O perigo da não celebração do Natal é conduzir a sociedade humana ao esquecimento do fato histórico de que Jesus nasceu (Deus encarnado) e o nascimento de Jesus não pode ser isolado de sua morte e ressurreição, pois se Jesus não nasceu também não morreu e se não morreu também não ressuscitou.

Primeiro acaba-se com o Natal, depois com a cruz e por fim com a ressurreição, pois também esta contém símbolos pagãos, como o coelho e os ovos de páscoa.

A terceira razão porque comemoro o Natal é antropológica:

O nascimento de Jesus Cristo é a humanização de Deus (João 1:14). Os homens celebram festas e Deus, na sua “humanidade”, instituiu festas. Jesus mandou que nós celebrássemos a Ceia para nos recordarmos dele.

A Bíblia é escassa em referências de festas de aniversário porque não se tinha certidões de nascimento e porque o tempo bíblico não é cíclico, nem linear.

Entretanto, Deus é festivo, alegre, “na sua presença há abundância de alegria”. Deus não quer que nós acabemos com a cultura, mas que transformemos a cultura.

A humanização de Deus (encarnação) nos ensina a alcançar a plenitude da natureza humana que foi corrompida pelo pecado.

O Natal é a celebração da redenção da natureza humana.

Minha quarta razão é sociológica:

O homem se organiza socialmente e essa organização exige a contagem do tempo, mas não se tem uma contagem que seja exata.

Os calendários que pretendem organizar a sociedade em torno da contagem do tempo, não são confiáveis.

São meras convenções humanas.

Para se ajustar o calendário foram desconsierados dias, semanas e meses.

É do conhecimento nosso que Jesus nasceu no ano 6 a.C. Isso já nos conduz a um erro de 6 anos no nosso calendário.

Deus não se preocupa com datas, mas com pessoas. Como disse, o tempo de Deus não é cíclico ou linear, mas é “o padrão recorrente em que julgamento e redenção divinos interagem, até que esse padrão chegue a sua manifestação definitiva”.

É por isso que não sabemos cronologicamente a data da volta de Cristo: não é uma data, é um evento; não é simplesmente um evento, é uma pessoa.

O que importa não é o dia em que Jesus nasceu, mas o fato de que nasceu.

A ênfase está na pessoa e não na data.

Desta forma, se a data considerada é 25 de dezembro, então está ótimo.

Minha quinta razão é missiológica ou religiosa:

A missão da Igreja não é acabar com a cultura, mas transformá-la. A missiologia chama isso de contextualização.

Nós sabemos que no segundo século depois de Cristo, Hipólito, um dos pais da igreja, declarou que Jesus nasceu em 25 de dezembro.

No quarto século, João Crisóstomo confirmou essa declaração e então, 25 de dezembro se tornou tradicionalmente a data oficial aceita pela igreja como o dia do nascimento de Cristo. Essa época foi chamada Patrística ou dos “Pais da Igreja”, os quais deram continuidade ao fundamento apostólico. Foi marcada por muitos concílios para combater heresias. Nenhum concílio discutiu ou aboliu a celebração do Natal. A principal razão porque foi estabelecida a data de 25 de dezembro para o nascimento de Jesus Cristo, foi a contextualização feita pelos Pais da Igreja, pois nessa data se comemorava o nascimento do misterioso deus iraniano Mitra, cujos seguidores adoravam-no como o “sol da justiça”.

Mas antes de Mitra ser adorado como o sol da justiça, o verdadeiro Sol da Justiça já existia.

Minha sexta e última razão é pragmática:

Como vimos, o Natal tem sido comemorado como o dia do nascimento de Jesus desde o final do século II D.C.

Tem sido uma data em que pessoas se confraternizam e celebram o nascimento de Jesus Cristo.

As igrejas comemoram o nascimento do Salvador!

Quantos olhares cheios de lágrimas!

Quantas crianças só recebem um abraço no dia de Natal!

Quantas pessoas vestem uma roupa nova apenas no Natal!

Quantas famílias só se aproximam no Natal!

Quantas pessoas são abençoadas!

Nós fomos chamados para a liberdade!

Deus nos deu poder para destruir fortalezas (2 aos Coríntios 10:4).

Portanto, celebre seu Natal, dando a Jesus, consumador da nossa salvação, toda honra, toda glória, todo o poder.

Feliz Natal!!!

Pr. Edson Tinoco da Costa

O Pastor Edson Tinoco é presidente da Rede Missionária Sal e Luz.
Se você quiser o texto na íntegra, basta solicitá-lo pelo e-mail prtinoco@redemissionariasaleluz.com.br

8 comentários:

Nei disse...

Professora, quais os seus comentários sobre a prova do MTE? Quais as questões que a senhora acha que são passíveis de anulação ou mudança de gabarito?

Anônimo disse...

Prof.ª Raquel!
Queria agradecê-la por toda força e conhecimento que passou para os seus alunos!!!Mal acabou MTE e já vem PGE!!!Mais vamos embora!!!Estudarrr!!!rsrsr
Que Deus te abençoe sempre!
Obrigada

Professora Raquel Tinoco disse...

Olá NABC, achei a parte de legislação fácil. Dei uma olhada por alto apenas, mas aquelas em que o Cespe utiliza a sigla DRT podem ser objeto de recurso. Como se saiu?

Professora Raquel Tinoco disse...

Oi Isa. De nada. Como se saiu? Sim, mas descanse um pouco. Vc merece. Beijos

Anônimo disse...

Professora, fiz 96 líquidos mas "errei" todas as questões desatualizadas. As questões com DRT, a questão do salário mínimo regional, aquela das 2 fotos 3x4 (que segundo a portaria 210 do MTE exige apenas 1 foto) e a do sindicato foram as únicas das 40 questões de legislação que errei. Eu estava super-atualizado, bem preparado e fui traído por essas questões. A senhora acredita na conversão dessas questões?

PS.: Fiz pra João Pessoa, 17 vagas. Será que dá? Era para eu estar com 106 líquidos agora, não fossem essas questões que eu sabia até demais.

Nei (o NABC)

Professora Raquel Tinoco disse...

Oi Nei. Acho que vc pode tentar, pois não há enunciado específico. Ou seja, ela não pergunta "segundo a Lei tal", entende? Mas sabia que isso seria um problema. Creio que não só vc, mas muita gente errou questões por causa disso. Principalmente por causa da orientação do próprio Cespe ao afirmar que as normas atualizadoras seriam objeto de avaliação ainda que não estivessem em edital. Não acho que tenha ido mal para a região a que concorreu.

Unknown disse...

Raquel,estou mito agradecida por tudo o que aprendi nesse ano com você. Desejo um feliz natal muito especial pra você e toda a sua família,alias que família incrivel cheia da benção de Deus.
beijos luci.
24 de Dezembro de 2008 16:54

Professora Raquel Tinoco disse...

Olá Luci. Obrigada. Deus a abençoe tb. Um Feliz Natal a vc e a toda a sua família.

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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