Vocês que têm acompanhado as postagens no meu blogue já perceberam que eu gosto muito de Augusto Cury. Eu o conheci através de meu irmão, Edson, quando me pediu que lesse "O Futuro da Humanidade".
Na verdade, ele havia lido e se apaixonado pelo livro. Me indicou. Falou tanto, tanto que o perturbei até que me emprestasse e após lê-lo, até hoje saio distribuindo por aí. Já dei esse livro de presente a muitos amigos, pois eu também por ele me apaixonei.
Mas não parei por aí. Me apaixonei mesmo pelo autor, por seus escritos e saí lendo, lendo...
Imaginem!!! Não sabia sua história. Muitas vezes não paramos para pensar no que possa estar atrás de palavras de encorajamento. Aprendi a ler cada biografia daqueles que admiro e esses dias, meu marido, me perguntou: "que tal falarmos de Augusto Cury"? Estranhei, pois falo de Augusto Cury o tempo todo e então ele começou a ler sua trajetória e adivinhem, resolvi compartilhá-la.
Augusto Jorge Cury nasceu em Colina, SP, próximo de Barretos, em 02 de outubro de 1958. Teve uma infância difícil, mas divertida (palavras dele).
Seus pais trabalhavam na lavoura quando adolescentes. Tiveram enormes dificuldades financeiras. De seu casamento nasceram 06 filhos. Nos primeiros anos, todos dormiam no mesmo quarto, numa pequeníssima casa. Espaço apertado, coração grande, a casa de Augusto era uma bela confusão. Mas havia alegria na miséria, criatividade na escassez. As crianças faziam uma festa com quase nada.
O prazer de viver sempre penetrou nas alamedas dos que exigem pouco para serem felizes. Os que exigem muito possuem um apetite psíquico insaciável.
Sua mãe era uma fonte de sensibilidade. Afetiva, dócil, amável, mas portadora de fobia social. Nunca saía de casa sozinha. Era incapaz de levantar a voz para alguém. Para conter a guerra que seus filhos realizavam ela fazia as malas e ameaçava ir embora. Porém, tomava o caminho do quintal. Comovidas, as crianças pediam para ela voltar e se aquietavam naquele dia.
Por diversos motivos, Augusto cresceu hipersensível. Pequenos problemas causavam grande impacto no território de sua emoção. Mas as dificuldades da vida, os atritos com os irmãos, as brincadeiras nas ruas estimularam sua personalidade. Tornou-se dinâmico, arrojado, impulsivo, criativo.
Detestava a rotina dos estudos. Vivia distraído, desconcentrado, desconectado da realidade. As dificuldades iniciais dos seus pais contrastavam com a grandeza dos seus sonhos. Seu pai tinha um problema cardíado e desde cedo o estimulou a ser médico. Embarcando nesse sonho, Augusto ambicionou não apenas ser médico, mas também cientista. Desejava descobrir coisas que ninguém pesquisara. Desvendar enigmas ocultos aos olhos.
Augusto era famoso por comportamentos que fugiam ao trivial. Era sociável e afetivo, mas marcadamente irresponsável. Gostava de festas e poucos compromissos.
Sabe quantos cadernos ele teve durante os dois primeiros anos do ensino médio? Nenhum!!!
Muitos dos seus colegas eram estudantes exemplares, ele era um desastre. Raramente copiava a matéria dada em aula, a não ser quando, em caso extremo, pedia uma folha emprestada. Seus professores eram ilustres, mas ele era um estranho no ninho. Não se adaptava ao sistema escolar.
Usava roupas bizarras, seus cabelos viviam revoltos. Tinha obsessões. Uma delas era que não gostava da própria testa. A achava comprida demais. Vivia tentando encobri-la com mechas dos cabelos.
Distraído com suas idéias e com suas manias, andando pela rua certa vez, trombou com um poste. Ficou tonto, quase desmaiou.
Apesar de suas trapalhadas, era um jovem divertido, que, junto com um amigo, fazia serenatas pela madrugada, com seu violão. Detalhe: não sabiam tocar. Resultado: o som era tão ruim que as moças nunca acendiam as luzes do quarto.
Chegou o momento em que parou de brincar com a vida. Resolveu levá-la a sério. Não queria ficar à sombra do pai. Queria construir sua própria história. Deixou as festas, as orgias, o convívio com amigos e saiu atrás de seus sonhos.
Tinha grandes sonhos, o que lhe dava uma belíssima perna para caminhar. Agora precisava de outra perna, a disciplina. Teve que se disciplinar para transformar seus sonhos em realidade. Resolveu estudar seriamente. Pagou um preço caro, deixando muitas coisas para trás, sacrificou horas de lazer.
Estudou mais de 12 horas por dia para entrar na faculdade de medicina. No começo tinha vertigens e sentia-se tonto, mas perseverava. Para alguns, seu projeto era loucura, para ele, era o ar que o oxigenava. Quando ninguém esperava nada dele, eclodiu na terra estéril, entrou na faculdade de medicina.
No segundo para o terceiro ano de faculdade, teve uma crise depressiva. Andava cabisbaixo e angustiado. Não entendia o que era uma depressão, suas causas e conseqüências. Tinha insônia e desmotivação. Todavia, quando a esperança estava cambaleante, algo novo surgiu. Voltou-se para dentro de si. Começou a questionar qual o sentido de sua vida e qual devia ser sua postura diante do próprio sofrimento. Percebeu que tinha se conformado com seu drama emocional, não lutava interiormente. Era um escravo sem algemas. Percebeu que tinha sufocado seus sonhos. Então, resolveu deixar de ser vítima da sua miséria psíquica e tentar ser líder da sua própria vida. Começou a se espelhar em grandes nomes como Beethoven. Martin Luther King etc.
Procurou entender que cada ser humano, até o mais complicado, tem uma história fascinante.
Casou-se no início do sexto ano, com uma colega de faculdade. Passaram por crises financeiras inimagináveis. Mas eram felizes na escassez, aprenderam a extrair prazer das coisas simples.
Continuou a descobrir-se. Era um questionador nato, impulsionado pelo sonho de conhecer a alma humana.
Após terminar sua faculdade, procurou uma grande universidade para continuar suas pesquisas. Procurou um cientista, doutor em Psicologia, para expor suas idéias. Estava animado. Foi humilhado.
Não desistiu. Ainda acreditava nos seus sonhos. Procurou uma universidade ainda maior. Dessa vez foi mais preparado. Levou uma apostila com centenas de páginas sobre suas idéias. Uma examinadora pegou o seu material e perguntou-lhe rapidamente sobre de que se tratava. Ele abriu a apostila e fez um breve comentário. Ela o interrompeu perguntando quem o tinha orientado. Ele respondeu que o assunto era inédito. Não havia orientador. A examinadora fechou a apostila sem folheá-la. Foi ainda mais humilhado.
Persistiu. Após essas experiências, fez várias tentativas para publicar seus estudos. Procurou muitas editoras. Esperou durante meses uma resposta. Silêncio.
Depois de todas essas derrotas, o melhor que podia era deixar de lado os seus sonhos. Precisava sobreviver. Teria que abandonar a pesquisa e exercer apenas a psiquiatria clínica. E foi o que fez.
Mas, uma surpresa. As técnicas que aplicava com seus pacientes faziam com que eles dessem saltos em sua qualidade de vida. Foi uma ascenção meteórica. Começou a dar palestras e entrevistas, em menos de dois anos estava nos principais canais de TV, do seu país e se tornara consultor científico de um dos principais jornais de seu continente.
Era um profissional reconhecido e admirado. Estava infeliz!! Por que??? Porque havia enterrado seus sonhos.
Percebeu que precisava fazer uma difícil escolha. Optar pelo status social ou pelo mundo de suas idéias. Decidir entre a fama e o sonho de produzir ciência para ajudar a humanidade. No auge do assédio social, resolveu abandonar tudo e procurar o anonimato. Somente sua esposa o apoiou.
Sobre ele escreveram:
"Se alguém se desse ao trabalho insano de enfileirar os livros que ele já vendeu, poderia partir de São Paulo, atravessar estradas e estradas, dez pedágios e quase chegar à porta da casa do autor, a 400 km da capital.
No final da grande fileira de mais de 1,5 milhão de exemplares, o leitor encontraria o brasileiro que atualmente mais vende livros no país. Não seriam as conhecidas feições de Paulo Coelho que veria ao término desse estranho "Caminho de Santiago". Em uma ampla casa no meio do mato se depararia com um "desconhecido" chamado Augusto Cury".
Fonte: CASSIANO ELEK MACHADO da Folha de S.Paulo
"Nada é tão belo como nos reconciliarmos com nossos sonhos. Nada é tão triste como desistirmos deles" Augusto Cury.
6 comentários:
Parabéns professora pela postagem (eu também sou fã)e de faze-nos enxergar além de nossas ambições de passar em concurso público.
Tratar das emoções é um dos primeiros compromissos que o ser humano tem que assumir consigo mesmo... É assumir da própria responsabilidade de SER e AGIR neste mundo.
Sou psicóloga, e minha mãe e eu amamos o Cury.
Inigualável em sua forma de expresssar o ser humano em suas riquezas e mazelas instaladas na alma humana. Como também na obra biográfica de Jesus Cristo, nosso Amado Salvador. Ah, sou aluna da turma de execício PGE (sábados), lá no Guerrinha e fico feliz por saber que em breve irei te conhecer pessoalmente (módulo legislação e estatuto). Um grande beijo, Vanessa Moraes
Oi Vanessa. Obrigada. Sim, e mais do que Cury e muitos outros, nós temos Alguém que cuida de nossas emoções como ninguém. Por isso nos identificamos com aqueles que vão além, quando se trata de pessoas. Cury é um desses. Sabe se posicionar porque experimentou. Beijos e tb estou ansiosa por conhecê-la.
Bom dia professora, PARABÉNS por este dia!!!
Mestre é aquele que além de ensinar leva a reflexão de quem somos nesta vida!
Ah, eu conheço um pastor Tinoco (ig.Congregacinal Tijuca), por a caso é seu irmão??
Até o próximo módulo (Guerrinha), a gente vai se falando...
Beijos, Vanessa Moraes
Obrigada. Sim, é meu irmão. Pr. Edson Tinoco. rsrs
Mundo pequeno!! Beijos
Por isso digo que é mais, muito mais gratifiante para quem transmite.
"Oi Raquel
Bem você não me conhece. Te “conheci” através das aulas on-line do Fortium , como as aulas antigas estão disponíveis no Aluno on-line , estou aproveitando e me deleitando com as suas aulas de direito eleitoral. Meu ramo não é do direito , minha formação acadêmica é outra. Mas como estou interessada no concurso do TRE , procurei uma aula de direito eleitoral para me familiarizar com a coisa , e encontrei a sua lá.
Fui assistir a aula até meio “acho que não vou gostar disso”... Mas me surpreendi! Achei sua aula ótima... Incrível como eu fico interagindo com a tela do computador ; )) Respondendo as perguntas que você faz ...
Hoje consegui concluir a 1ª aula, foram duas horas e pouquinho de aula. Onde fiz muitas anotações que eu espero que me ajudem muito no meu objetivo futuro. Amanhã continuarei...
Fiquei feliz em encontrar seu blog... Adorei os textos e as citações do Augusto Cury. Ah! Gostei do post das deficiências também.
Vi que você é do Rio de Janeiro ... Pena que tá tããão longe de mim , senão me arriscaria a ir assistir uma aula ao vivo...
Estou em Fortaleza ; ))
Bom , tenha uma boa semana ..
E saiba que estou adorando “ser sua aluna” virtual ...
Beijos!"
Kbom, o meu cunhado é o Pr. Angelo Marcony (pastor representante da ig. Congrag.-Tijuca). Ama muito o pr. Tinoco e sua obra missionária. Quando me inscrevi no curso do, Guerrinha, ele me falou que vc dava aula lá.
Mundo pequeno mesmo!!!
Bjss, Vanessa
Postar um comentário