domingo, 19 de outubro de 2008

Histórias de Sucesso

Eu o conheci muito recentemente, através de reportagens e documentários. Mas não me atrevi a deixar de chorar. Acho que o sobrenome dele devia ser "superação". E aí, adivinhem? Me apaixonei por sua história de vida. Descobri que João Carlos Martins tem vídeos interpretando uma de minhas músicas preferidas: Ária da Quarta Corda, de Bach. Quero compartilhá-la e dedicá-la a vocês, meus leitores. O vídeo está disponível, logo ao lado. Ao ouvirem as notas tocadas por um vencedor, imaginem que nada está fora do nosso alcance quando realmente acreditamos.

João Carlos começou seus estudos no dia em que seu pai comprou um piano, ainda menino, com a professora Aida de Vuono.

Aos oito anos, seu pai o inscreveu em um concurso para executar obras de Bach e ele venceu seu primeiro de tantos outros que estavam por vir.

Começou a estudar no Liceu Pasteur e, com 11 anos, já estudava piano por seis horas diárias.

Teve, no Liceu, aula com o maior professor de piano da época - um russo radicado no Brasil, chamado José Kliass.

Sempre buscou a perfeição para se tornar um verdadeiro intérprete.

Venceu o concurso da Sociedade Brito de São Petersburgo.

Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical mundial. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington.

Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Foi ele quem inaugurou o Glenn Gould Memorial em Toronto.


Um amor tão grande pela música, uma dedicação tão intensa e meritória de admiração e respeito.

João Carlos Martins viu-se por diversas vezes privado de seu contato com o piano, quando teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente em um jogo de futebol em Nova Iorque.


Com vários tratamentos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada LER, que ocorre devido a movimentos repetitivos e causa o estressamento de nervos.

Novamente teve que parar de tocar, e dessa vez acreditou seria para sempre.

Vendeu todos seus pianos e tornou-se treinador de boxe, querendo estar o mais longe possível do que sua carreira significava como músico.

Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, e realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Utilizou-se da mão esquerda para suas peças e obteve extremo sucesso com esta atitude.


Ao realizar um concerto em Sofia na Bulgária, sofreu um ataque em um assalto, e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. E ao se esforçar, sofria dores intensas em suas mãos, principalmente na esquerda.

Novamente pensou que nunca mais voltaria a tocar.

João perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão, mas dia a dia podia tocar menos e menos com o estilo e maestria de antigamente.


“Eu estava sem rumo, em 2003, já sabendo que não poderia mais tocar nem com a mão esquerda. Sonhei então, que estava tocando piano, com o Eleazar de Carvalho, que me dizia: - vem para cá, que eu vou te ensinar a reger.” - palavras de João Carlos em uma entrevista.

Em maio de 2004, esteve em Londres regendo a English Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras de câmara do mundo, numa gravação dos seis Concertos Branndenburguenses de Johann Sebastian Bach e, já em dezembro, realizou a gravação das Quatro Suites Orquestrais de Bach com a Bachiana Chamber Orchestra. Os dois primeiros CDs já foram lançados (lançamento internacional).

Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, João Carlos faz um trabalho minucioso de memorizar nota por nota, demonstrando ainda mais seu perfeccionismo e dedicação ao mundo da música.

João Carlos realiza, também, na Faculdade de Música da FAAM, um programa de introdução à música com jovens carentes.

A atuação de resgatar a música para as pessoas que não a conhecem ou ainda nunca tiveram contato com ela faz parte deste "momento mágico" em que vive o maestro João Carlos Martins.

Trabalha diariamente com pessoas de todas as camadas por querer mostrar que realmente "A música venceu!". E consegue.


Em fevereiro de 2004 o crítico inglês descreve na International Piano Magazine um episódio pitoresco que aconteceu na vida de João Carlos Martins, quando após um recital no Carnegie Hall, no final dos anos 60, recebeu uma recomendação de Salvador Dalí:

"Diga a todos que você é o maior intérprete de Bach. Algum dia vão acreditar. Faz muitos anos que digo ser o maior pintor do mundo e já há gente que acredita".

O crítico termina dizendo que João Carlos Martins não teve que esperar tanto tempo.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/

5 comentários:

Anônimo disse...

As pessoas precisam de exemplos assim para se inspirarem .. e acreditarem mais na grandiosidade e beleza dos seus proprios sonhos...

Beijos

Unknown disse...

Eu já havia visto ele contando sua história ao vivo...nossa, emocionante demais!!!!!! exemplo dos grandes p/ quem se abate com pequenas "pedrinhas".
beijo

Anônimo disse...

Sublime...de tamanha sensibilidade que desperta-nos a percepção do que realmente somos constituídos. Nossas dificuldades são na verdade o "ponto de partida" para o auto-conhecimento que nos direciona aonde queremos chegar nesta vida.
A Ária da Quarta Corda - Bach é uma das mais belas da música clássica.
E até mais!!!
Bjss, Vanessa Moraes

Anônimo disse...

Boa noite
A reflexão de hoje, Lettie Cowman - 22/10, é realmente para quem se permite entregar a vida ao SENHOR constate e inteiramente, isto é,
reconhecer o orgulho e tantas outras dificuldades dentro de nós. Para que Ele possa formar e firmar o Seu caráter dentro de nós.
Bjs, Vanessa Moraes

Professora Raquel Tinoco disse...

Vou ler daqui a pouquinho com meu marido. Beijos

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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