Gosto muito de filmes inspirados em fatos reais. Um dos meus preferidos é "Em busca da felicidade". O filme retrata uma família falida em Nova Iorque, na qual os adultos embora trabalhem arduamente, vêem acumular dívidas sucessivas.
Trata-se da saga de um homem desempregado, abandonado pela esposa, tornado pai solteiro, mendigo, carregando o filho pequeno para os abrigos de sem-tetos, bancos de jardins e até banheiros públicos, ocupados à força para servirem de dormitório à dupla, que com muito esforço e espírito empreendedor, consegue reverter esse estado de penúria para uma situação de riqueza, respeitabilidade e fama.
É uma das histórias de superação que me inspiram a ir além . Quando tudo parece perdido e sem solução, de onde não imaginamos, surge uma força invencível, que nos impulsiona.
O filme é baseado na vida de Christopher (Chris) Gardner, um americano que, nos anos 80, vivia em San Francisco, onde trabalhava com venda de equipamentos médicos.
É bem provável que o mundo tenha perdido um grande trompetista de jazz, quando o americano Chris Gardner, 52 anos, compreendeu que ele não poderia ser outro Miles Davis – um dos deuses do gênero. “Estudei trompete por dez anos. Minha meta era ser Miles. Mas minha mãe me disse que o posto de Miles Davis já estava ocupado pelo original e que eu jamais seria ele”.
O consolo foi abraçar outro sonho: o de ganhar milhões de dólares.
Ele acabou perdendo o emprego, mas não a perspectiva.
Sua mulher, numa das piores decisões financeiras de que se teria notícia, o deixou a ver navios com o filho, Chris Jr., então com dois anos.
Suas economias se resumiam a US$25. Seria o suficiente para fazer uma pessoa começar a beber. “Meu padastro era alcoólatra, fracassado, ressentido e violento. Por isso eu não bebo até hoje”, conta.
Se era suficiente para comprar dois litros de uísque, o dinheiro não dava para pagar o aluguel.
Sem casa, pai e filho montaram residência provisória no banheiro da estação rodoviária de Oakland. E foi ali, onde muitos desistiriam até da própria vida, que Chris teve a visão de que seu sonho podia se tornar real.
Um dia, ele viu um sujeito numa Ferrari vermelha procurando vaga num estacionamento no centro da cidade. Impressionado com a máquina, ele ofereceu a sua vaga. “Falei para ele, você pode estacionar no meu lugar, mas me responda duas perguntas: O que você faz? E como você faz?” O dono da Ferrari disse que era corretor da Bolsa de Valores, vendia ações e faturava US$ 80 mil por mês – uma verdadeira fortuna na época.
Ali, no ato, surgiu a inspiração indicando o caminho do ouro: “Naquele momento tomei duas decisões: entrar no negócios de ações e comprar uma Ferrari no futuro”, conta Gardner.
Gardner passou a sair pelas ruas em busca de seu quinhão.
Depois de muita insistência, Gardner finalmente conseguiu ser colocado como estagiário não remunerado numa corretora da Bolsa de Valores. Esta primeira tentativa, porém, não traria sucesso. O homem que lhe ofereceu o treinamento saiu da empresa e, da noite para o dia, fecharam-se as portas para o protegido.
Novamente desempregado e com US$ 1.200 em multas de trânsito sem pagamento, Gardner foi parar na cadeia.
Depois de muito penar, ele teve outra oportunidade no programa de treinamento da corretora Dean Witter Reynolds. “Eu não ganhava nada. Meus colegas não sabiam que de noite, meu filho e eu dormíamos em abrigos de mendigos, banheiros e parques”.
Em 1981 ele finalmente obteve a licença para operar oficialmente na Bolsa de Valores.
Imediatamente, encontrou emprego na conceituada firma Bear, Stearns & Company, trabalhando primeiro na área de San Francisco e depois em Nova York.
De lá para diante, deslanchou e nunca mais parou.
A primeira Ferrari de Gardner foi comprada de segunda mão. E não poderia ter passado por mãos mais significativas: pertenceu ao maior gênio do basquetebol, Michael Jordan. Pode ter sido um sinal de sorte. A aquisição foi feita nos anos 90, em Chicago, onde, como empresário independente, Gardner já havia montado banca para lidar com ações futuras de commodities.
Hoje, ele tem uma fortuna estimada em US$ 600 milhões.
Fonte: http://www.mhariolincoln.jor.br/index.php?query=chris+gardner&amount=0&blogid=1
Texto original assinado por: Por Osmar Freitas Jr. – Nova York
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