segunda-feira, 1 de março de 2010

Sergio Pimenta



Sérgio Paulo Muniz Pimenta nasceu em 1954, no Rio de Janeiro.

Filho do Dr. Silas e D. Ilza, inicialmente membros da igreja congregacional e depois presbiterianos, de origem simples, moradores da zona norte do Rio. Ele militar, médico do Exército, perfil meio sisudo e ela mãe do tipo gentil, alegre, sorriso largo. Gente simples está certo, mas não gente comum. A diferença era a Vida, com “V” maiúsculo, em Jesus. Depois a música. E que música!

Pimenta levava uma grande vantagem sobre os outros músicos evangélicos, pois morava no Rio, de longe o grande centro cultural do Brasil. Tinha crescido assistindo os principais artistas ao vivo, chegou a conhecer um ou outro de perto, sua família fazia rodas de samba e de choro entre uma feijoada e um Fla-Flu, e tinha ainda o mar e as calçadas de Copacabana para sobremesa.

As antenas da Embratel estavam recém se tornando populares e tudo apontava para o Rio: a televisão, as novelas, os festivais, o cinema, o Fino da Bossa, a Tropicália, o Fusca, o Canal 100, o gol 1000 do Pelé, os Atos Institucionais do governo, as estatais, a dívida externa etc. e tal. Nós assistíamos tudo aquilo pelo tubo da TV, em preto e branco. O Pimenta estava lá de corpo e alma, em cores.

Além disto, os anos 70 foram de muita contestação política e os estudantes do Rio fizeram constantes passeatas, enfrentando prá valer o regime. Alguns morreram em choques com a polícia, muitos foram presos e outros desaparecidos.

O Sérgio também tinha coração de estudante e sonhava com um outro país. Embora não tivesse atividade política de esquerda, como era a moda, afinal era filho de militar, estudante do Colégio Militar e bom presbiteriano, acabou sendo um revolucionário no contexto evangélico.

Mas de todas as suas influências, tem uma que é de longe a principal para a música: o Sérgio era negro e carregava debaixo da pele todo o swing, a espontaneidade, a risada e o balanço naturais que só a negritude possui. Há! Juntem a esses cromossomos uma intimidade tremenda com Deus, que ele cultivava desde a infância, um coração manso, uma submissão enorme ao Altíssimo, o fascínio por Jesus e pela Palavra, mais o jeitão carioca e terão uma idéia de quem era ele.

Depois que o tempo passa, parece que fica mais fácil olhar para trás e analisar a história. Enquanto as coisas estão acontecendo, acho que ninguém sabe exatamente a dimensão do seu papel. Ótimo, a vida foi construida assim mesmo. Deus não nos conta o que virá pela frente, mas requer passos de fé.

Isso o Pimenta tinha de sobra e acredito que ele foi o que mais avançou dentre todos da sua geração. Passamos umas duas semanas trocando músicas e constituimos uma amizade bonita, daquelas que dão saudade.

Famílias reunidas, esposas radiantes, filhos lindos, músicas novas etc. e tal. Ele se queixava de uma dor nas costas, mas os exames não tinham identificado nada de anormal.

Em abril, tivemos a notícia do câncer. Choque geral. O quê? Não pode ser verdade!! Era e a doença evoluiu rápido, fulminante. De nosso lado, tentamos todos os recursos: oramos fervorosamente, jejuamos, choramos na presença de Deus, vários pastores estiveram acompanhando de perto, a família procurou os melhores especialistas, seu pai que era médico fez o que pôde, mas.

Em agosto de 1987, Sérgio Pimenta faleceu, no Hospital do Câncer em São Paulo. Inacreditável. Todos ficamos esperando um milagre até a última hora, mas ele se foi mesmo.

Fonte: Gospel Músicas Forever

4 comentários:

Reginaldo Dias disse...

Belo resumo da vida do Sérgio Pimenta!!!

Professora Raquel Tinoco disse...

Olá. Obrigada. Sou fã.

Anônimo disse...

Olá! Eu conheci o trabalho do Pimenta, depois de adulto e me encantei com a musicalidade e espiritualidade. Não há nada igual hoje em dia, que se compare. Ele deixou um grande legado para todos, suas músicas inspiram muitos a verdadeiramente buscar e adorar a Deus. Obrigado pelo excelente artigo sobre a vida do Pimenta.

Professora Raquel Tinoco disse...

Maravilhoso o seu legado. Eu que agradeço o comentário.

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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