domingo, 24 de janeiro de 2010

Nossos Heróis no Haiti

Guapimirim, 23 de janeiro - sem notícias.


Hoje, uma ligação e um e-mail. Recebeu minhas fotos com a família.

"Porto Príncipe, Haiti, 21 de janeiro de 2010 - 12 após o terremoto

Gente, o que isso?!?!?!?!?!?! kkkkkkkkkkk, parecem elefantes marinhos.

Quel, desculpe-me por não ter respondido antes. Estamos todos bem, graças a Deus, resistindo aos problemas do nosso dia a dia. O hospital de campanha continua a todo vapor e agora estamos entrando em outra fase, os atendimentos de traumas diminuiram mt e isso é mt bom, acabaram as amputações e agora estamos na fase ambulatorial. O grande problema é que os pacientes vêm ao hospital queixando-se de alguma enfermidade que não existe, querem apenas uma refeição e uma cama pra dormir. Os que recebem alta inventam novas doenças, pois não têm pra onde ir. Tivemos casos de mães que deram à luz aqui no hospital e não sabiam o q fazer com as crianças, queriam dar pros médicos. Estamos no nono dia de operação aqui no Haiti e começam a aparecer os primeiro sinais de estresse. Agora temos que ter mais cuidado nas relações. Faz dois dias que a terra não treme, contrariando as previsões de um outro terremoto ainda mais forte. Deus queira que estejam errados e se estiverem certos, que Ele não permita, pois será o fim deste pais. Gostei de ver a família reunida na casa do Valmir e acho que isso deveria ser mais constante, ele é um gigante só no tamanho, apesar da força que tem nos mostrado. Podemos marcar um churrasco na pousada, vamos comprar um boi bem grande e reunir a família (creio que um boi deva ser suficiente), faremos o churrasco e depois a gente se diverte com o nado assíncrono dos elefantes marinhos. rsrsrsrsrs

Bjos, minha querida, e obrigado pela força."


Guapimirim, 24 de janeiro de 2010.

Que alívio com as notícias. Também tenho medo das relações políticas. Estamos orando por isso também. Agora vamos interceder para que haja misericórdia, que nenhum outro grande tremor atinja o país.

A situação dos haitianos nos comove. Diferente do que ocorre em outros países, com suas catástrofes, para nós há um sentimento maior, porque muitos bem próximos estão aí. Vocês têm presenciado o sofrimento e ao passarem isso nos transmitem a emoção nas palavras. Sentimos muito por eles. Não podemos, é verdade, medir o tamanho da dor, mas tentamos nos colocar um pouco no lugar de cada um.

Bem, acho que um boi será o suficiente se Valmir e Toni estiverem de regime. rsrsrs Estar perto destes meninos é divertido demais. Fico feliz com o tamanho desta família. Meus "albinhos" de fotos quase não se repetem.

Não nos deixe sem notícias, nem que seja um oi. Amamos você.

Depois mando mais fotos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Seu irmão está bem consciente do trabalho que tem feito no Haiti e ao mesmo tempo realista com os problemas daquele povo sofrido. Que Deus dê forças para ele continuar nesta missão (seus colegas também). Estamos orando para que tudo volte ao normal naquele país.
Rosana

Professora Raquel Tinoco disse...

Obrigada, Rô. Bjs

>>> PENSE disse...

Eu sempre disse tia, meu pai é o cara. Estamos aguardando sua volta ansiosos, preocupados e muito orgulhosos. A tragédia é grande e o lamento maior mas cremos que Deus está neste lugar e cuidará de Seus filhos.
Força pai, força Haiti.

Professora Raquel Tinoco disse...

Força!!!

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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