domingo, 14 de dezembro de 2008

A Caverna



Eram tempos de guerra, incredulidade e indecisão. Uma grande seca se alastrara.


Em meio a toda essa turbulência, um certo homem, pregava contra o reino.

Esse homem foi presenteado com um poder sobrenatural. Suas palavras faziam tremer até os mais poderosos e destemidos.

Com uma só palavra, fazia cair fogo do céu.

Com suas preces, fazia chover.

Era tremendo!!! Seu discurso incomodava.

Era respeitado.


Nada do que ele dizia ficava sem cumprimento. Acertava sempre. Por isso, cada vez que uma grande decisão precisava ser tomada, ele era chamado.

Resolveram matá-lo e o avisaram disso. Ameaçaram-no.

Cabisbaixo, sentou-se à sombra de uma árvore e desejou morrer. Estava com medo. Podem crer nisso???

Com medo, como poderia? Um homem como aquele, cuja fé era capaz de fazer descer fogo e água sobre a terra??? Não, não era possível!!

Medo não combinava com ele.

Mas estava apavorado. Sentiu-se só e abandonado.

Resolveu fugir, resolveu se esconder.

Achou uma caverna e ali se enfiou. Acuado, temia pela sua vida. Estaria seguro ali. A caverna o encobriria do mundo, ela não permitiria que seus algozes o devorassem. A caverna era tudo o que tinha.

O rei procurava matá-lo. Não queria mais o seu discurso áspero.

A noite caiu. De repente, uma voz. “O que você está fazendo aqui?”

Ele se abriu, derramou duas dores. “Tenho sido zeloso e fiel, mas agora todos os profetas morreram e eu estou só. Sou o próximo. Querem matar-me”.

A voz, ele a conhecia muito bem. Já a tinha ouvido antes, muitas vezes. O diálogo continua. “Você não está só. Eu tenho protegido outros sete mil que não se submeteram às ordens do rei. Vamos, levante-se! Não se deixe abater. Siga em frente”.

Elias levantou-se. Saiu a cumprir mais uma missão. Encontrar seu sucessor.

Todo o seu poder não foi capaz de impedi-lo de sentir medo.

Mas ele poderia ter-se recusado a ouvir a ordem que o mandava seguir. Poderia ter entrado cada vez mais na caverna e ali ficado até morrer. Poderia ter desistido.


Mas Elias escolheu seguir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Continue enviando palavras como essas. Sendo um instrumento de paz, de força e coragem para muitos. Mtos bjs.

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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