Mateus 14: 22-32: "E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário; Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E, quando subiram para o barco, acalmou o vento."
Por que será que Pedro, conhecendo o poder de Jesus, deixou-se atingir pelo medo a ponto de quase afogar-se? Ele perdeu o foco. Desviou seu olhar de Jesus para a tempestade.
Quando morava em Campo Grande e trabalhava em Itaguaí, houve uma grande tempestade no Rio. Ao chegar próximo à rua de casa, vi que estava totalmente alagada, com água acima dos joelhos. Eu e meus colegas de trabalho que faziam o mesmo percurso, fizemos um cordão, dando-nos as mãos e seguimos naquela água imunda, cegos, pois não havia luz, não sabíamos onde havia buracos etc. Naquele dia tive medo.
Para fotografar o Rio Soberbo, tive que ficar sobre uma estreita faixa de ponte. Os caminhões passavam, causavam aquela ventania e faziam a ponte balançar. Enquanto olhava pela lente da câmera, minha coragem estava intacta, mas precisei olhar para baixo, onde o rio estava mais perigoso, bem abaixo de mim. Ao ver aquele turbilhão de águas, lembrei de todas as tragédias que acontecem no verão pelas chuvas que ocorrem no alto da serra. Ali, perdi o foco, um medo enorme tomou conta de mim e quase desisti. Tive que respirar fundo e lembrar do meu objetivo.
Em minha primeira visita ao Paraguai, resolvemos visitar as Cataratas de Foz do Iguaçu. Era época de cheia. As quedas estavam furiosas. A água vinha até nós em respingos e ficávamos totalmente molhados. Há um mirante, bem próximo de uma das quedas. Eu que gosto de uma aventura, fui andando para me aproximar cada vez mais. Enquanto admirava tamanha beleza, a coragem estava presente. De repente olhei para baixo e vi que estávamos pisando em uma espécie de construção vazada que nos deixava ver o rio tormentoso correndo por baixo, um abismo. Perdi o foco. Cheguei a recuar andando de costas até me sentir novamente segura.
O medo, a dúvida, a ansiedade, a descrença nos domina quando desviamos nosso olhar do ponto que realmente importa, do nosso porto seguro, dos nossos objetivos. Nesse momento, sucumbimos, afundamos. Se Pedro mantivesse seus olhos em Jesus, jamais teria medo da tempestade, pois conhecia seu Mestre.
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