Meu marido, Paulo, vez ou outra tem a mania de desafiar-me para alguma coisa. É uma espécie de brincadeira para ver se eu, de fato, consigo fazer a tarefa. Ele sente prazer naquele meu olhar de triunfo ao final. rsrs
Aposta até palavras do dicionário e olha que eu estou ganhando de 5.825 a 5. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mas ainda cabe recurso.
Desta vez ele descobriu uma flor minúscula nas raízes que pendem do abacateiro e duvidou que eu conseguisse fotografar. Lá fui eu, após ouvir o "duvido", tentar a façanha.
Mas nesse dia, um fato me veio à memória.
Ser caçula de muitos irmãos (homens) requer algumas táticas de sobrevivência.
Os meus irmãos sabiam que havia uma palavra que, para mim era como o "espinafre" para o Popeye. Ah, e eles usavam e abusavam. Era "duvido"!!!
Os meus irmãos sabiam que havia uma palavra que, para mim era como o "espinafre" para o Popeye. Ah, e eles usavam e abusavam. Era "duvido"!!!
Quando queriam que eu fizesse algo, por mais perigoso que fosse era só dizer a palavra mágica e lá ia eu, destemidamente, correr os riscos, me lascar toda. Descer ladeiras de bicicleta, subir nos mais altos galhos de árvores, enfrentar cães, pular cercas, socar alguém, enfrentar "gigantes".
A palavra "duvido" me deixava cega. rsrs
A palavra "duvido" me deixava cega. rsrs
Enquanto pensava nisso, comecei a rir e lembrei que não era só comigo que abusavam do "espinafre".
Certa noite, enquanto brincávamos, meu irmão Sérgio duvidou que meu sobrinho Jônatas me desse um tapa no rosto. Ele não pensou duas vezes. Foi onde eu estava e plaft.
Em outra ocasião eu teria partido pra cima dos dois e fosse o que Deus quiser.
Entretanto, naquele dia, resolvi ser caçula.
Abri a boca a chorar o mais alto que pude e fui correndo contar ao meu pai. Pensei: "agora eles vão ver".
Abri a boca a chorar o mais alto que pude e fui correndo contar ao meu pai. Pensei: "agora eles vão ver".
Mas o tiro saiu pela culatra. Meu pai resolveu dar uma lição em todos os envolvidos e conhecemos os poderes mágicos do seu cinto. rsrs
O Sérgio foi o primeiro a enfrentá-los. kkkkkk
Estava com uma bicicleta e ficava rodando em volta dela fugindo do meu pai que, furioso, dava lambadas ao ar, por baixo da bicicleta, por cima, por dentro do quadro etc. Pronto.
O Jônatas, pensando que era esperto, escondeu-se embaixo da mesa e ficou bem quietinho achando que o cinto do meu pai não tinha olhos. Ha, ha, ha... se deu mal.
Ao passar pela mesa, o cinto com olhos por todos os lados voou numa só lambada que o alcançou ali mesmo.
Eu e outras sobrinhas envolvidas na trama, corremos e como" santas", deitamos em nossas camas, nos cobrimos e fingimos dormir. Mais enganos. Descobrimos que outro poder mágico do cinto de meu pai era esticar-se como o Homem Elástico. Ele chegou bem silencioso e com uma só cintada atingiu todas na cama. kkkkkkkkkkkkkkk
Bem, pelo menos as cobertas amorteceram a dorzinha.
Qual o motivo de tanta falação??? É o "duvido". Sinto que, às vezes, preciso ouvi-lo de novo, sentir a adrenalina que a palavra causava em mim e lançar-me destemidamente rumo aos meus sonhos.
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