segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lá se vão as frutas...

Domingo à noite. Joca espalhando brasa. De repente, silêncio. 

Hum, isso está cheirando arte. 

Jocaaaa... onde você está? 

Ahaaaa... Essa não!!! Você também? 


rsrsrs...

Lá se vão as frutas da fruteira. 

A diferença é que o Jiló preferia manga e pera e o Joca, pelo jeito, não tem preferência. 






Os limões tiveram que mudar de lugar. Todo dia um fugia da fruteira. Ontem foi a vez do mamão e da tangerina.







Joca, arteiro!!!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Joca

Para você que sente tanta falta do Jiló quanto eu, apresento o Joca, o mais novo membro da família.

Desde que o Jiló se foi, faltava alguma coisa por aqui. Um sorriso, um latido, um cachorro deitado ao lado da cama, embaixo do rack, latindo com a Mel, fazendo travessuras, subindo na cama da Ruth e dando-lhe lambidas no rosto...

Não teve jeito. Foi como um vício. Precisava ver um pastor correndo pelo quintal, andando atrás de mim. A saudade do Jiló só aumentava, aumentava... Eu sei, jamais irei esquecê-lo, a saudade apenas é amenizada pelo tempo. 

Aí apareceu o Joca. Na realidade, aconteceu como acontece sempre. O nome veio antes do cachorro.

No sábado, após a  morte do Jiló, subi a Terê atrás de um pastor alemão. Cheguei tarde ao local dos filhotes, mas encontrei alguém que criava. Joca não estava lá, chegaria no dia seguinte. Decidi que se tivesse que ser nosso, seria. Autorizei a venda para outra pessoa que o quisesse no domingo e continuei, com Paulo, a busca pela internet. Nada!!!

Quinze dias se passaram. Sábado, dia 18, aniversário da Ruth, uma ligação. Joca não tinha sido vendido. Era o último da ninhada. Fizemos uma oferta. Aceita!!! Subimos ansiosos e quando o segurei no colo, ele grudou no meu pescoço, lambeu meu rosto e lembrei do Jiló. Era meu. A Ruth ficou radiante, um presente de aniversário especial!!!!

As semelhanças são tantas que às vezes nos pegamos chamando-o pelo nome de Jiló. Se o Jijo era 220, o Joca é 360.

Em apenas um dia:

1. Roeu dois pares de chinelos e ainda tentou roer todos os outros sapatos que viu pelo caminho.
2. Puxou a ponta da toalha da mesa onde o bolo da Ruth estava sendo preparado e só viram quando o bolo começou a "andar".
3. Pulou na tábua do bolo e quase o derrubou.
4. Trancou-se no banheiro, virou o cesto de roupa suja e ficou preso dentro dele.
5. Cavou um buraco nas plantas do Paulo e acabou com sua florzinha do coração, cultivada com tanto carinho.
6. Pulou na cama da Ruth e deu aqueeeeela lambida.
7. Puxou a almofada do sofá e saiu correndo.


Ufa!!! Acho que foi só.

Como o Jiló, apaixonou-se pela Mel. 


Adivinhe onde ele está agora?


domingo, 12 de junho de 2011

Simples, simples assim...





Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes.

Albert Schweitzer





Fotos: Raquel Tinoco
Foto 1: Quico
Foto 2: Mel e Léo

Sem palavras...

Recebi um e-mail interessante, como tantos outros que recebo. Por herdar um pouco de Tomé, fui pela internet em busca da fonte, da origem do texto. Depois de algum tempo vasculhando as decisões no TJ-SP, encontrei, enfim, o que procurava e aí, certa dos fatos, resolvi compartilhá-los com você. 

No e-mail havia uma decisão de um determinado desembargador de São Paulo em uma ação de indenização. Um menor, filho de marceneiro que morreu depois de ser atropelado por uma motocicleta na volta a pé do trabalho, representado pela mãe, solteira e desempregada e por advogado, requeria em juízo, pensão de um salário mínimo mais indenização pelo dano moral que sofreu. Pediu gratuidade para demandar, mas esta lhe foi negada por não ter provado que era pobre e por não ter peticionado por intermédio de advogado integrante do convênio OAB/PGE. Inconformado com o indeferimento do pedido, interpôs agravo de instrumento. 

O recurso, distribuído à 36ª Câmara do D.OITAVO Grupo (Ext. 2° TAC), por sorteio, foi parar nas mãos do Desembargador Palma Bisson, relator. Eis o teor da decisão: 

"É o relatório.

Que sorte a sua, menino, depois do azar de perder o pai e ter sido vitimado por um filho de coração duro - ou sem ele -, com o indeferimento da gratuidade que você perseguia. Um dedo de sorte apenas, é verdade, mas de sorte rara, que a loteria do distribuidor, perversa por natureza, não costuma proporcionar. Fez caber a mim, com efeito, filho de marceneiro como você, a missão de reavaliar a sua fortuna.

Aquela para mim maior, aliás, pelo meu pai - por Deus ainda vivente e trabalhador - legada, olha-me agora. É uma plaina manual feita por ele em pau-brasil, e que, aparentemente enfeitando o meu gabinete de trabalho, a rigor diuturnamente avisa quem sou, de onde vim e com que cuidado extremo, cuidado de artesão marceneiro, devo tratar as pessoas que me vêm a julgamento disfarçados de autos processuais, tantos são os que nestes vêem apenas papel repetido.

É uma plaina que faz lembrar, sobretudo, meus caros dias de menino, em que trabalhei com meu pai e tantos outros marceneiros como ele, derretendo cola coqueiro - que nem existe mais - num velho fogão a gravetos que nunca faltavam na oficina de marcenaria em que cresci; fogão cheiroso da queima da madeira e do pão com manteiga, ali tostado no paralelo da faina menina.

Desde esses dias, que você menino desafortunadamente não terá, eu hauri a certeza de que os marceneiros não são ricos não, de dinheiro ao menos. São os marceneiros nesta terra até hoje, menino saiba, como aquele José, pai do menino Deus, que até o julgador singular deveria saber quem é.

O seu pai, menino, desses marceneiros era. Foi atropelado na volta a pé do trabalho, o que, nesses dias em que qualquer um é motorizado, já é sinal de pobreza bastante. 

E se tornava para descansar em casa posta no Conjunto Habitacional Monte Castelo, no castelo somente em nome habitava, sinal de pobreza exuberante.

Claro como a luz, igualmente, é o fato de que você, menino, no pedir pensão de apenas um salário mínimo, pede não mais que para comer. Logo, para quem quer e consegue ver nas aplainadas entrelinhas da sua vida, o que você nela tem de sobra, menino, é a fome não saciada dos pobres.

Por conseguinte um deles é, e não deixa de sê-lo, saiba mais uma vez, nem por estar contando com defensor particular.

O ser filho de marceneiro me ensinou inclusive a não ver nesse detalhe um sinal de riqueza do cliente; antes e ao revés a nele divisar um gesto de pureza do causídico.

Tantas, deveras, foram as causas pobres que patrocinei quando advogava, em troca quase sempre de nada, ou, em certa feita, como me lembro com a boca cheia d'água, de um prato de alvas balas de coco, verba honorária em riqueza jamais superada pelo lúdico e inesquecível prazer que me proporcionou.

Ademais, onde está escrito que pobre que se preza deve procurar somente os advogados dos pobres para defendê-lo? 

Quiçá no livro grosso dos preconceitos...

Enfim, menino, tudo isso é para dizer que você merece sim a gratuidade, em razão da pobreza que, no seu caso, grita a plenos pulmões para quem quer e consegue ouvir.

Fica este seu agravo de instrumento então provido; mantida fica, agora com ares de definitiva, a antecipação da tutela recursal.

É como marceneiro, voto.

PALMA BISSON
Relator Sorteado"

Fonte: TJ-SP
0084039-57.2005.8.26.0000 Agravo de Instrumento
Relator(a): Palma Bisson
Comarca: Marília
Órgão julgador: 36ª Câmara do D.OITAVO Grupo (Ext. 2° TAC)
Data do julgamento: 19/01/2006
Data de registro: 30/01/2006
Outros números: 1001412000

sábado, 4 de junho de 2011

Universo da Mari: Triste.

Universo da Mari: Triste.: " Em meios a tantas postagens,uma palavrinha sempre me chamava atenção jiló??? mas quem é jiló??? continuei a ler e descobri. E ass..."

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Jiló - 2009 - 2011 e para sempre


Descobri que a nossa existência é feita de pedaços. Pedaços de nós, pequenos, grandes, enormes... que vamos deixando pelo caminho durante toda a vida, até restar o último pedacinho... Este, quando deixa de existir leva consigo um pedaço de outro e assim o ciclo recomeça...

Descobri também que todos esses pedaços pertencem a um único território chamado coração. O mais incrível é que, despedaçados, ainda continuamos inteiros!!! Engenhoso mecanismo de sobrevivência.

Descobri que, diferentemente de toda a tecnologia utilizada para mapear o coração, em 3 D e coisas mais, o que interessa mesmo é a cartografia. Isso mesmo, aquela  ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas que aprendemos a colorir na escola. 

O coração está dividido em territórios de diferentes tamanhos que se desmembram e se integram a outros territórios de outros corações, formando um só território, às vezes invisível aos outros, mas que nós sabemos perfeitamente que está lá. Como todo Chefe de Estado, por ele lutamos, pois queremos que permaneça agregado a nós. 

Às vezes, a nossa esperança de tê-lo para sempre, mesmo sabendo ser impossível, é mais forte que a nossa coragem de deixá-lo ir, na brisa do vento que hoje veio visitar-me. 

É difícil não disputar com ele um pedaço do rack. É difícil acordar sem ver o seu focinho na beirada da cama esperando-me abrir os olhos. É difícil não vê-lo mais ao portão esperando-me. É difícil não ter que esquivar-me de seus pulos. É difícil não vê-lo correndo pela casa e quintal atrás da Mel. Por isso, meu querido Jiló, estará aqui para sempre, no seu território do meu coração.  

O último olhar foi bem dentro dos meus olhos, como a desculpar-se por me fazer sofrer. Estava ligado a um equipo e levantou-se ao ouvir minha voz. Despediu-se ali, eu bem sabia, só não queria acreditar. A última vez que falei com ele foi ao telefone, grudado ao seu ouvido, repetindo mais de uma vez que o amava e que isso era mais forte que eu. 

Jiló é o mais novo pedaço de mim que deixo nessa existência. Muitos outros já foram deixados por aí, pois é assim o ciclo da vida. 

Seja feita a Tua vontade, eu só quero a Tua vontade, assim na Terra como no Céu.  

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

Postagens