quinta-feira, 21 de abril de 2011

Entre a fé e a razão.


Seguia meu caminho de sempre... Guapi-Rio. No meu celular, uma música que ainda não conhecia, mas que falava de uma história que fez parte de toda a minha vida: a história de Abraão e Isaque. 

Talvez você não a conheça, mas é uma linda história bíblica, um relato de fé além da razão. Lembrei de quase dois anos atrás, quando também tive que escolher entre a fé e a razão. 

Vou contar para você:

Era uma vez um homem chamado Abrão, cujo nome significa "Pai Exaltado". Nasceu em Ur dos Caldeus, populoso e adiantado centro da Mesopotâmia do sul (350Km a sudeste da moderna Bagdá), no ano de 2165 a.C.

Um dia, Abrão teve um encontro com Deus e recebeu a seguinte ordem: "sai da sua terra, dentre os seus parentes e vai para uma terra que Eu lhe mostrarei. Eu farei de você uma grande nação, Eu o abençoarei e engrandecerei o seu nome. Mais ainda, Eu abençoarei todos aqueles que o abençoarem e Eu amaldiçoarei todos os que o amaldiçoarem. Por você serão benditas todas as famílias da terra. Vai e seja uma bênção."

Imagine!!! Ouvir uma voz sei lá de onde, de alguém que você sequer conhecia, receber uma ordem para ir para uma terra que ainda seria mostrada, sabe-se lá a que distância e obedecer, sem nem mesmo questionar??? 

Ah, sei lá, acho que eu faria umas cem perguntas, talvez mil. Deus ia ficar bem irritado comigo, talvez até fizesse uma cara de impaciente e desistisse de me escolher.   

Mas aquele Abrão foi sem perguntar nada. Simplesmente foi. Chamou sua mulher Sarai, seu primo Ló, pegou todos os seus pertences e lá se foram para a terra prometida. Abrão e Sarai não tinham filhos. 

Durante toda a sua caminhada, Deus jamais o deixou. Mas Abrão era como eu e você, tinha seus medos, inseguranças e começou a duvidar que dele sairia uma grande nação. Ele e Sarai já estavam velhos e nada de filhos. Mais uma vez Deus se fez ouvir: "não tenha medo, Eu sou o seu escudo e sua recompensa será muito grande." 

Dessa vez Abrão não resistiu. Questionou: "Senhor, não me deu descendência, continuo sem filhos."

"Abrão, vai lá fora, olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode. Assim será a sua descendência."

E mais uma vez ele acreditou, sem mais questionamentos. 

Muito tempo depois, Abrão já com cem anos e Sarai, com noventa, as dúvidas voltaram. Deus lhe propõe uma aliança. Muda seu nome para Abraão (pai de multidão) e o de sua esposa para Sara (princesa) e promete-lhes um filho que nasceria logo. 

Cumpre-se a promessa e nasce Isaque, que significa "riso".  Isaque era o filho da promessa. Festa, alegria... Sara era mãe contra todas as expectativas. Isaque era sua herança, seu filho amado. 

A história não termina aqui. Chega o dia em que Deus põe à prova a fé de Abraão. Ordena que ele pegue Isaque, seu único filho com Sara e o ofereça em holocausto. 

Ah, não!!! Essa não!!! Depois de tudo o que passei... matar meu próprio filho??? Pode parar!!! Seria essa a minha reação.

E agora? A fé ou a razão? 

Abraão escolheu a fé. Conhecia seu Deus. Sabia que todas as promessas até ali tinham sido cumpridas, todas as promessas... Levantou-se, madrugada ainda, acordou seu querido Isaque e foi com ele para o local do sacrifício. Caminharam lado a lado por três dias e somente Abraão sabia do motivo de estar ali. Deixaram os outros que os acompanhavam e subiram sozinhos ao local do holocausto. Isaque estranhou. "Pai, onde está o cordeiro que será sacrificado?" Coração sangrando, a resposta: "Deus proverá, meu filho."

Chegam ao local, Abraão prepara um altar, amarra seu filho, o coloca sobre a lenha e pega um cutelo para matá-lo. Era a escolha mais difícil de sua vida. Quando ia golpear Isaque, uma voz. Abraão olha para o céu e vê um anjo. "Não faça isso!!! Agora sei que acredita mesmo em Deus. Não Lhe negou nem mesmo o próprio filho!!!"

Todas as promessas foram cumpridas em Abraão e sua descendência tornou-se próspera e abundante. 

Há quase dois anos atrás tive que escolher entre a fé e a razão. A razão dizia que minha mãe deveria ser internada para mais uma sessão de hemodiálise, sob pena de morte. A fé dizia para não ouvir e retirar de seu braço o único acesso para a terapia, sob pena de amputação. Sabia que Deus daria o escape. Escolhi a fé. 

Sempre recebo e-mails e mensagens de alunos desiludidos, sem esperança, cansados, quase desistindo. Alguns já desistiram. 

A lição da fé é simples: a fé produz a paciência, e a paciência, a esperança!!!

8 comentários:

Constança disse...

Nossa, Raquel, que texto lindo! Suas palavras, como sempre, emocionando-me...a luta é intensa e é diária, mas Deus tudo vê e, na hora certa, a vitória será alcançada.

Obrigada por todo o apoio de sempre!

FELIZ PÁSCOA para você e para toda a sua família.

Beijocas imensas!

féecura disse...

Professora!

Essa é uma das partes que mais me emociona na bíblia. Justamente, a fé é o que nos move, nos leva a diante pela graça e misericódia do Senhor Jesus Cristo.

Tenha uma Feliz Páscoa e que o Nosso Senhor possa te abençoar cada vez mais!

Unknown disse...

Obrigada Raquel por postar essa palavra, trouxe as respostas que eu precisava ouvir.

Professora Raquel Tinoco disse...

De nada, Barbara. A Bíblia tem sempre respostas às nossas dúvidas e inseguranças. Feliz Páscoa. Bjs

Professora Raquel Tinoco disse...

Oi. Seja bem-vinda, Fé. Sim, a fé é, para muitos, algo inexplicável. Não entendem como nos move e é capaz de coisas inimagináveis. Feliz Páscoa para vc também. Bjs

Professora Raquel Tinoco disse...

De nada, Constança. Sim, tenho certeza que a sua está bem perto. Beijos e Feliz Páscoa.

cris disse...

Bom Dia!
Esta passagem da Bíblia é muito edificante, e precisamos renovar a nossa constantemente.A Paz de Deus Raquel e a todos os consurseiros.

Bell disse...

Conheci seu blog agora e já sou sua fã.

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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