quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Bonança.

Há alguns anos atrás, pesquisando sobre os vários povos da Terra, curiosa por saber quem mais se parecia com as misturas da minha família, acabei me interessando pela história da Mongólia.

Lançaram a pouco tempo o filme "O Guerreiro Genghis Khan". Sabia pouca coisa sobre aquele povo e seus heróis e queria saber mais. Gosto de História.

Parece que as tempestades na Mongólia são parecidas com as nossas. Trovões assustadores!!! Raios para todos os lados!!! Bem, pelo menos em Guapi é assim. Ui.

O filme fala que os mongóis têm medo do trovão.

E é justamente a vitória sobre o medo que faz com que aquele povo se eternize pelos séculos contando a saga de um de seus líderes, talvez o mais aclamado.

"Temudjin, nascido em 1162 numa barraca próxima à nascente do rio Oron, que banha o norte da atual Mongólia, não era apenas um guerreiro destemido. Filho de um clã poderoso, Gengis Khan — que significa o "Khan dos Khans" ou " grande líder" — tinha espírito de empreendedor e legislador. Compilou e ordenou toda uma série de leis tribais num único código a ser respeitado pelos demais clãs, a Yassa. Poucos anos depois da morte de Khan, em 1227, a Europa quase inteira estava ocupada pela gente de pequena estatura, olhos oblíquos e tez amarelo-oliva." Revista Superinteressante

O que me chamou a atenção não foi a grandiosidade do império ou coisa parecida, mas uma frase. O épico fala que Temudjin foi escravizado por um de seus empregados após a morte de seu pai. Passou grande parte de sua vida fugindo ou aprisionado. Mas tinha um alvo. Não sucumbiu às intempéries. Sua força estava ali, em sua vontade.

Muitas tempestades o alcançaram ali, sem proteção. Não tinha como fugir dos trovões. Estava indefeso. Aprendeu a não ter medo. Então, no dia da grande vitória, derrotou seus inimigos, justamente porque uma tempestade o ajudou. Enquanto todos os mongóis dos clãs inimigos se escondiam dos trovões, tornando-se vulneráveis, ele avançava e estimulava seus guerreiros a não terem medo.

Após a batalha perguntaram-lhe a razão de não ter medo. Ele respondeu que não teve como fugir dos trovões e aprendeu a conviver com eles.

Então, comecei a pensar. Há muitas tempestades em nossa vida, algumas arrasadoras. Diversas delas nos alcançam ali, no campo, desprotegidos. Somos alvos fáceis. Não temos como escapar. Os clarões nos cegam e o barulho ensurdecedor dos trovões nos amedrontam.

O vento nos açoita como se fosse um chicote. Dói. Nos dá apenas duas opções: nos deixamos levar por ele ou lutamos contra ele. Às vezes, parece que todas as opções nos levarão à ruína, à derrota, ao desespero. O que fazer, então?

Se não há como se esconder, se não há opção de abrigo, se a tempestade é inevitável, enfrente-a.

Cada um dos nossos trovões têm dimensões diversas. Os meus podem não ter a mesma dimensão dos seus, mas são tão assutadores quanto. Podem ter a dimensão da depressão, do medo de não conseguir alcançar o objetivo, de uma enfermidade, da falta de recursos, do comodismo, da descrença, da desesperança, da traição, da indeferença , do desamor etc. etc. etc.

Está ali, vindo em nossa direção... Sucumbir é dar costas à vida, deixar-se envolver pelo tufão, sem saber até onde ele nos levará. Pode ser que nem mesmo sobrevivamos.

Enfrentar é ter a certeza de que, embora feridos, a vitória nos espera. Só ela. A tempestade passa, não dura eternamente. Após ela, luz... brilho... renovo.

Feliz 2010. Obrigada por ter estado comigo durante todo este ano. Deus o abençoe.

Texto: Raquel Tinoco

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Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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