O Gigante Arrogância
Quando eu tinha 16 anos de idade, trabalhava na Cia Fluminense de Tecidos, conhecida popularmente como Manufatora. Ficava no Barreto, Niterói.
Uma vez lotado no Departamento Pessoal, fui designado pelo meu chefe para ir à 2ª Junta de Conciliação e Julgamento de Niterói, a fim de solicitar a uma determinada pessoa, o adiamento de um julgamento trabalhista.
Meu chefe me deu as características do assistente do juiz com o qual eu precisaria falar.
Quando lá cheguei, logo o identifiquei, pois era o vogal à esquerda do juiz.
Subi à tribuna, me curvei e falei baixinho próximo ao seu ouvido: “O senhor é o Dr. Fulano de tal?”
Ele me olhou meio de lado e meneando a cabeça em sinal negativo, apenas me disse com o peito cheio de ar: “Digníssimo”.
Tive que me conter para não dar uma das minhas gargalhadas.
Então perguntei-lhe novamente: “O senhor é o Dr. Digníssimo Fulano de Tal?”
Aí ele respondeu: “Isso mesmo”.
Entreguei-lhe o pedido e fui embora. Essa é a idéia que eu tenho de arrogância: uma pessoa cheia de si.
Soube depois que ele não era juiz togado, mas juiz classista, uma classe extinta no judiciário brasileiro.
Há 5 anos atrás um antigo funcionário daquela empresa me informou que esse juiz estava sobre uma cama, às últimas, com câncer. Orei por ele.
Gosto muito de ler sobre João Batista na Bíblia.
Em Marcos 6:20 temos um versículo simplesmente impressionante, pois diz: “Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo...”
Herodes era chamado de rei, tinha a autoridade romana, tinha exército ao seu lado e possuía muitos bens.
E João, quem era?
Um homem que só tinha uma peça de roupa e comia um só tipo de comida - gafanhotos e mel (Mateus 3:4) - além de morar no deserto.
Como explicar então Marcos 6:20?
Simples, o homem só é verdadeiramente respeitado por suas credenciais morais e espirituais.
Há muita gente que se impõe pelo dinheiro, pelo cargo que ocupa, pela intimidação.
João, não.
As pessoas o admiravam e o respeitavam porque nele havia coerência entre o que vivia e o que pregava.
Esse é o homem que eu quero ser, um homem coerente, um homem de verdade, justo e santo.
Deus, ajuda-me simplesmente a ser homem de verdade, vazio de mim mesmo e cheio do Teu Espírito Santo! Amém!
Pr. Corel
2 comentários:
Que bonita história.. a arrogância, na minha opinião, a primeira vista, nos causa indignação, mas depois olhando com calma vemos que essas pessoas sofrem é de pura falta de amor e precisam muito do perdão e luz divina..As vezes, pesquiso sobre São João Batista, pois nasci no dia dele! Mas, nao sabia desses detalhes aqui...Acredito que há um meio de estudar e entender a Bíblia e o sentido figurado das palavras que lá se encontram né..ou talvez hábito de pesquisar. Que legal saber mais dele.Obrigada!
bjs
Oi Amanda, tudo bem? Sim, é verdade, tem toda razão. Essas pessoas são infelizes. Há sim, um meio legal de lermos a Bíblia e entendê-la. Se quiser algumas dicas... Beijos
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