domingo, 7 de junho de 2009

Uma Chance...


Você, com certeza, ouviu falar de Susan Boyle. Susan é filha de Patrick, um vendedor da fábrica British Leyland de Bathgate e de Bridget Boyle, uma datilógrafa.

A mais nova de quatro irmãos e seis irmãs, nasceu quando sua mãe tinha 47 anos. Foi um parto difícil e Susan ficou brevemente sem oxigénio, sofrendo pequenos danos cerebrais.

Diagnosticaram-na como sendo uma pessoa com algumas dificuldades de aprendizagem.

Após deixar a escola, foi empregada na cozinha do colégio West Lothian. Ela costumava ir ao teatro para assistir cantores profissionais e em 1995 concorreu no programa de Michael Barrymore chamado My Kind of People. Naquela época declarou ter ficado muito nervosa para se sair bem.

Susan, além de sua limitação física, não gostava muito de sua aparência, certamente porque muitos a julgaram por isso. Mas queria ser uma cantora profissional. Teve aulas de canto e em 1999 fez sua única gravação, para um CD de caridade, cantando Cry Me a River.

O pai de Susan morreu nos anos 90, e seus irmãos partiram de casa, ficando para ela a responsabilidade de cuidar sozinha da mãe que também veio a falecer em 2007, aos 91 anos.

Susan continuou a viver na casa de quatro cômodos da família, junto ao seu gato Pebbles.

A mãe fora uma incentivadora da carreira musical da filha, tendo Susan vencido inúmeros concursos locais de canto, e insistiu para que ela concorresse no Britain's Got Talent, famoso programa de calouros, afirmando que deveria correr o risco de cantar para um grande público em vez da igreja local.

Susan disse que não estava pronta para fazer isso.

Em agosto de 2008 Susan tomou conhecimento de que o Britain's Got Talent realizaria seleções.

Viu a possibilidade de seu sonho tornar-se realidade e viu ainda a possibilidade de ouvir o conselho da mãe. Ela se inscreveu e foi convocada para a audição que ocorreu em Glasgow em janeiro de 2009 e foi ao ar em 11 de abril de 2009.

Ela cantou a canção "I Dreamed a Dream" do musical "Os miseráveis" na fase preliminar do Britain's Got Talent, que foi assistida por mais de 10 milhões de espectadores .

O vídeo com a performance de Susan foi amplamente divulgado e mais de 200 milhões de pessoas o assistiram no Youtube.

O impacto desta reação foi surpreendente.

Mas quando, curiosa, fui dar uma olhada no vídeo, pude constatar o que corriqueiramente fazemos uns aos outros. Susan entrou naquele auditório vestida simplesmente. O público a olhou com desdém e os jurados perguntaram qual era o seu sonho.

Susan respondeu que queria ser uma cantora profissional.

Me surpreendi com o sorriso de surpresa daquela multidão. Acostumada a ver o impossível transformar-se em possível, não estranhei sua aparência. Convivo com pessoas que, como Susan, atropelam as adversidades e conseguem alcançar seus sonhos. Há sempre mais a se ver do que aquilo que está aparente.

Susan tinha consciência do que o auditório do Britain's Got Talent estava pensando, mas por que isso a preocuparia se o que queria era cantar? Não era um concurso de beleza.

Mais uma pergunta foi feita. Por que Susan não tinha conseguido ser, até aquele momento, uma cantora profissional? Ela respondeu que não tivera uma chance. Ninguém julgou possível que isso pudesse ser real.

Julgaram-na por suas limitações. Prenderam-na dentro dos limites daquilo que imaginavam ser o ideal. Mas Susan não conhecia tais limites.

O auditório espera. Susan se preparava para cantar. Os olhares? De descrença. Estava prontos para ouvir algo muito ruim, tão ruim quanto a aparência daquela mulher de quarenta e poucos anos.

Mas... de repente uma linda voz, mais que isso, uma voz exuberante começa a ser ouvida.

Incrédulo, surpreso, o público custava a acreditar que era dela. Silêncio absoluto. Todos estavam estáticos. Como isso era possível????

Ora, muito simples, a chance de Susan foi dada quando ela nasceu. Talvez ela não soubesse disso e talvez ainda não saiba. Mas sua chance ocorreu no mesmo momento em que nascia.

Susan ficou com o segundo lugar na competição.

Sua voz nos encantou. Nem todo o sofrimento, humilhação ou rejeição puderam tirar dela seu dom mais sublime, sua voz, sua vontade de ser ouvida.

Susan pode não ter percebido sua chance, mas nós a agradecemos pela nossa chance de conhecê-la e de admirar sua coragem e força.

Após a final do concurso, Susan esteve internada em uma clínica psiquiátrica para se recuperar de toda a pressão.

Mas já está de volta.

Seja bem-vinda, Susan.

Eu, particularmente, fico feliz por acreditar em alguém que nunca nos julga pela aparência.

Lucas 20:21 - "Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas a verdade."

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Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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