domingo, 12 de abril de 2009

O Mestre


Pensei ter adormecido. Era madrugada de domingo. O lugar não me era muito familiar.

Ao longe, uns tons avermelhados começavam a pintar o céu, anunciando que este seria um dia claro.

Eu estava há alguns metros de algo que parecia uma gruta. Uma pedra vedava-lhe a entrada. Preferi ficar longe, escondida, até que conseguisse me situar.

De repente, um clarão! não conseguia enxergar nada. Meus olhos aos poucos se habituaram com a luminosidade. Não acreditava no que estava vendo. Logo ali, à minha frente, dois seres inimagináveis, reluzentes, altivos. Seus pés mal tocavam o solo.

Fiquei paralisada. Não entendia o que acontecia, mas podia pressentir, no íntimo, que seria testemunha de algo incrível. Curiosa como sou, decidi ficar, acontecesse o que acontecesse.

Os seres de luz com um simples movimento fizeram com que a pedra que vedava a gruta se movesse, e uma luz infinitamente mais forte irradiava do seu interior.

Se dobraram numa reverência até que seus rostos tocassem o chão, e assim ficaram por alguns instantes. De dentro da gruta, um homem caminha em direção ao que, naquele momento, conclui serem anjos.

Tinha um olhar sereno, mas determinado, vitorioso. Com um gesto pediu que os anjos se levantassem e os deixou ali, vigiando a entrada.

Como num estalo, tive consciência de onde estava, só não acreditava. Seria um sonho? Estaria mesmo vivendo tudo aquilo? Não podia ser!

Vieram à minha mente, em flashes, todos os ensinamentos da minha vida, todas as lições da Escola Dominical, as histórias que me faziam dormir narradas por minha mãe.

Era a vitória sobre a morte. E eu estava ali. Podia ver os acontecimentos, in loco.

Para minha surpresa, aquele homem começou a caminhar em minha direção. Não conseguia desviar o meu olhar do seu belo rosto. Era doce e cheio de amor. Aproximava-se lentamente e, num impulso me atirei ao chão em reverência. Um toque nos meus cabelos me encorajou a levantar os olhos. Pude ver na mão que me tocava, um ferimento, como se algo a tivesse transpassado.

Não me contive, perguntei: "É você mesmo, Senhor?"

Ele sorriu, o mas meigo sorriso que tinha visto. Sua voz se fez ouvir: "Sim, Raquel, sou eu. Não lhe prometi que jamais a deixaria, que estaria com você durante todos os seus dias?"

Me ergui e sem pensar, ousadamente, o abracei, não medi as consequências. Não parava de chorar. Ele carinhosamente enxugou as minhas lágrimas e nesse momento, como uma passagem do tempo me vi em meu quarto.

Despertada, procurava entender o que tinha acontecido. Me virei e sobre o travesseiro ao lado havia um bilhete. Nele estava escrito: "Não tenha medo. Eu estarei com você todos os dias da sua vida.

Assinado: Seu amigo, Jesus."

"Ressurgiu, claro como a luz. Eu posso ver meu Rei em grande glória. Ressurgiu, foi pra nos salvar, que Ele escreveu, com amor a linda história..."

Feliz Páscoa para todos.

7 comentários:

Unknown disse...

Nossa, Raquel!!!
Que experiência linda.
Jesus é Maravilhoso mesmo.
Márcia.

Professora Raquel Tinoco disse...

Oi Márcia, tudo bem? É apenas uma forma de demonstrar meu agradecimento por tudo o que Ele fez por mim. O relato é a experiência que eu gostaria de ter vivido. Bjs

Unknown disse...

Muito lindo!!! Deus é fiel.Que ele continue a nos abençoar e que nós prossigamos em conhecê-lo mais mais em intimidade.
bjinhos!! Fique com Jesus!!

Professora Raquel Tinoco disse...

Beijos Priscilla.

Anônimo disse...

olá professora, conheço uma musica que contem o final do seu texto...ressurgiu, claro como a luz, e estou procurando por ela a muitoo tempo... sabe onde posso encontra-la?

att Adriana salata

Professora Raquel Tinoco disse...

Oi Adriana, tudo bem? Vou contar uma coisa para vc. Durante muito tempo em minha vida fui regente de um coro, na Terceira Igreja Batista em Magalhães Bastos. Essa música é de uma das Cantatas de Páscoa que eu fiz. O nome da Cantata é "Deus o Mundo Amou".

Beijos

Professora Raquel Tinoco disse...

O que posso fazer é gravá-la e enviá-la a vc. Mande um e-mail solicitando.

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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