domingo, 4 de janeiro de 2009

Histórias de Sucesso

Lars Schmidt Grael vem de uma família de velejadores.

Seu irmão Torben é também um super campeão e seus tios Axel e Erik Schmidt foram os primeiros brasileiros a vencer um mundial de iatismo.

As primeiras conquistas da família Grael aconteceram na década de 60, com o Tricampeonato Mundial dos tios de Lars, Erik e Axel Schmidt.

Seu avô foi o primeiro a incentivá-lo no esporte, dando ao menino um barco da classe "Pinguim".

Quando tinha apenas vinte anos e já tinha conquistado várias vitórias na classe snipe, ele e o irmão se classificaram para as Olimpíadas de Los Angeles.

A partir de então sua carreira deslanchou, tendo acumulado vários títulos nacionais e internacionais, nas classes soling, laser e oceano.

Em 06 de setembro de 1998, o inesperado. Um acidente parece interromper sua carreira.

Campeão mundial, duas vezes ganhador da medalha de bronze olímpica, Lars Grael era o convidado de honra e principal atração da 44ª Regata Taça Cidade de Vitória. Quando se preparavam para o início do segundo dia da competição, fazendo o reconhecimento da raia a bordo de seu barco, Lars e seu primo Anders Schmidt foram abalroados por uma lancha. Segundo Anders, ao ouvir o barulho da lancha vindo em sua direção, Lars chegara a perguntar se o piloto não os estaria vendo. Anders pulou do barco a tempo. Lars foi derrubado na água, sugado pelo movimento da hélice e teve sua perna direita ceifada na parte superior da coxa. A operação de salvamento foi rápida. Lars foi levado para o iate clube e colocado numa ambulância. O médico João Alípio, que pouco antes desistira de participar da regata, seguiu com ele a caminho do hospital, apertando com os dedos a artéria femural que pendia da coxa amputada, por onde jorrava sangue. Quando chegaram, a pressão arterial do iatista já era zero. Lars perdera 4,5 dos 5 litros de sangue que possui um indivíduo de seu porte.

Lars teve duas paradas cardíacas a caminho da clínica. Foi levado para UTI inconsciente.

Eram 3 horas da manhã da segunda-feira dia 7 quando o iatista Lars Grael, 34 anos, acordou na UTI da Clínica da Enseada, em Vitória, no Espírito Santo. Terminava o efeito da anestesia de uma cirurgia que durou cinco horas. Quis olhar para baixo, mas os tubos dos equipamentos em sua boca e nariz não permitiram. Grael tentou apalpar a perna direita. Não a encontrou. Sem poder falar, lançou à médica Eliane Caser, que esteve a seu lado nas 48 horas que permaneceu naquele hospital, um olhar que ela descreveu como "assustado". Aflito, balançava a cabeça num sinal de indagação e, com os olhos, indicava o local onde sua perna deveria estar. A médica aproximou-se de sua cabeceira. "É a sua perna?", perguntou Eliane. Ele fez que sim com a cabeça. "Você sabe que sofreu um acidente com uma lancha?", insistiu ela. Lars confirmou. "Pois é, você machucou sua perna direita", avançou. O iatista sinalizou que prosseguisse. "Você perdeu sua perna. O importante é que está vivo. Chegou aqui em estado muito grave. Agora você tem de ser forte."

Graças ao seu estado atlético e a luta pela vida, não morreu. "Quando os médicos tiraram os aparelhos de respiração artificial, senti uma enorme força de viver."
Acostumada a conquistas esportivas, a família de Grael teve de superar a dor pela mutilação do caçula de três irmãos campeões do iatismo.

Mas, Lars Schmidt Grael é um exemplo de determinação e coragem, principalmente quando se trata de superar obstáculos que lhe impeçam de chegar a seus objetivos.

É dono de uma invejável carreira esportiva, que inclui medalhas e títulos nacionais e internacionais, há mais de 20 anos. O acidente lhe limitou os movimentos mas não sua trajetória de campeão.

Em entrevista afirmou: "o erro das pessoas, em geral, é se voltar para trás. Comparar o presente com o que tinham antes. Se eu fosse comparar minha vida anterior com a vida que levo hoje, com certeza teria entrado em depressão. Mas não adianta ficar olhando para trás. Temos que lidar com o 'aqui e agora'. Poderia ter sido pior, e tenho a obrigação de me sentir no lucro."

Após o acidente, Lars voltou a velejar na classe Star com o proeiro Marcelo Jordão e continua ativo na vela. No ano seguinte participou de várias regatas do calendário nacional, sempre conseguindo ótimos resultados.

Foi convidado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso a integrar os quadros dirigentes do INDESP - Instituto de Desenvolvimento do Desporto, uma autarquia ligada ao então Ministério do Esporte e Turismo. De lá, por sua postura sempre firme, correta e apaixonada na defesa do esporte nacional, Lars galgou vários postos chegando a ser Secretário Nacional de Esportes no governo FHC.

Entre janeiro de 2003 a março de 2006 foi Secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo.

Desde março de 2007 ocupa o cargo de Superintendente do Público da Light S.A. É integrante de diversas entidades esportivas nacionais e fundador do Instituto Rumo Náutico, entidade que desde 1998 já atendeu mais de 5 mil jovens.

Como velejador, Lars alcançou muitas vitórias, mas nunca se contentou em vencer sozinho, por isso sempre se preocupou com o lado social do esporte. Mesmo antes de se tornar um dirigente esportivo de renome nacional ele e Torben criaram em Niterói um projeto social que serviu de base para muitos outros que existem em todo o país.

Como forma de compartilhar sua experiência e contar um pouco do que viveu nos períodos de glória do esporte, nos dias de angustia e medo do acidente que quase lhe tirou a vida e na superação dos traumas e obstáculos naturais que um amputado de perna sofre, Lars escreveu o livro "A Saga de Um Campeão".

Seqüência de vitórias dessa nova fase do velejador :

Circuito Rio - Oceano /1999
Carioca - Soling /2000
Taça Bárbara Wright - Tornado /2000
Regata Brasil 500 anos - Oceano/2000
Regata Lisboa-Funchal - Oceano /2000
Semana de Ilhabela - Oceano/2001
Distrital - Star/2001
Semana Pré-Olímpica - Star /2001
Circuito Rio - Oceano/2002
Búzios Sailing Week - Oceano /2002
Circuito Salvador - Oceano /2003
Búzios Sailing Week - Oceano/2003
Paulista - Star/2004
Distrital - Star /2004
Brasileiro - Oceano/2004
Sul-Americano - Star/2005
Voiles St.Tropez - 12 metros/2006
Trofeo Benetti - Star /2006
Brasileiro - Oceano /2006
Centennial Cup - 12 metros/2007
Regatte Royales - 12 metros/2007
Valencia Regatta - 12 metros /2007
Sul-Americano - Star /2008

Fontes:
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Lars_Grael
http://www.projetograel.org.br
http://www.larsgrael.com.br
http://veja.abril.com.br
http://www.editoragente.com.br
http://www.gazetamercantil.com.br
http://www.ame-sp.org.br

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Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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