terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Uma Pausa... Apenas uma Pausa...


Se não estivermos correndo daqui para ali, somos afligidos pela idéia de que não estamos fazendo nada.

Não acreditamos que podemos dar uma pausa, sossegar.

Sim, eu sei, o mundo exige praticidade e há pessoas que são essencialmente práticas.

Entretanto, nenhum tempo é tão bem aproveitado como o que separamos para estar a sós, refletindo, nos avaliando e observando em volta.

Nunca será demais termos esses momentos em que a alma está aberta ao toque suave de um pensamento ou aos tons melodiosos da vida.

Vivemos dias de egoísmo, de introspecção, de individualismo.

Lembro que quando há algum tempo atrás, apesar de extremamente extrovertida, gostava de estar só.

Em um episódio, no seminário, minhas amigas de quarto resolveram ir comigo enfrentar uma batalha. Elas se dispuseram a sair da Tijuca, pegar um ônibus em direção a Itaguaí apenas para que eu não ficasse sozinha naquele momento difícil.

Naquele dia, sentei-me em um dos bancos do ônibus, sozinha, nem mesmo as ouvia brincando e tentando me animar. Isso foi em 1991. Nos conhecíamos a pouco tempo e ainda assim estavam ali.

Em determinado momento, uma delas, Sandra, olhou pra mim e disse: "Ei Velha", era como todas as companheiras de quarto se tratavam... "A gente está aqui. Não seja tão individualista."

Quis argumentar, mas estava mesmo fechada em mim mesma. Meus problemas era os maiooooores. Não conseguia olhar além.

Ao voltarmos ao Seminário, esse comentário ficou em minha mente. Mudou o meu jeito de ser.

Talvez eu nunca as tenha agradecido como deveria. Posso fazê-lo hoje. "Ei meninas, Sandra, Raquelzinha e Cláudia. Obrigada por terem me acompanhado. Foi muito importante para mim tê-las ao meu lado. Nem sei como seria se não estivessem comigo. Vocês serão sempre inesquecíveis em minha vida."

Pois é. É a pausa.

Que haja dias em que não queiramos fazer nada, planejar nada, que seja apenas uma pausa, uma pequena pausa.

O tempo que se passa assim não é perdido.

O pescador perde tempo quando conserta as redes?

Aquele que vai colher perde tempo afiando a segadeira?

Olhe ao seu lado. Dê um sorriso. Segure a mão de alguém apenas por segurar. Dê um abraço em quem você ama. Caminhe ao lado de alguém por alguns minutos, apenas alguns minutos. Ouça o que alguém tem a dizer. Deixe de lado os livros só um pouquinho. Uma pausa, uma pausa apenas... Apenas uma pausa. Você merece!!!

Isso é mais fácil no Natal. Aproveite!!!

Foto: http://fotos.sapo.pt/

6 comentários:

Anônimo disse...

Prof
Feliz Natal!
Que DEUS abençoe vc e sua família.
Bjos
Aryana

Professora Raquel Tinoco disse...

Olá. Obrigada. Um Feliz Natal para vc tb. Deus os abençoe. A vc e a sua família. Beijos

Unknown disse...

Foi pouco tempo, isto é bem verdade, mas já éramos uma família e pra ser sincera, não saberia dizer qual de nós era a mãe , pois todas nós cuidávamos ... Aquele dia foi muito difícil eu sei bem, mas estávamos lá, ouvindo Guilerme Arantes em plena Itaguaí, rsrs. Amo vc minha querida e se fosse preciso, faria de novo. Beijinhos

Professora Raquel Tinoco disse...

Eu sei que faria. Tb amo vc. Bom poder contar com vc. Beijos

cláudia disse...

Que lindo...meus olhos estão cheios de água por lembrar daquele dia, bem como Sandra disse, ouvindo Guilherme Arantes, e vc sabe,se preciso fôsse, faríamos de novo...E vc faria o mesmo!!!
Bom 2009 com muitas e outras muitas realizações e conquistas!!!!
Deus te abençoe...sempre!!!

Professora Raquel Tinoco disse...

Ooooiii Velha. Que saudade!!! Eu faria sim, faria o mesmo e agradeço a Deus os dias em que vivemos juntas ali. Beijos

Tudo começou quando...

meus sobrinhos, e não são poucos, resolveram fazer concurso para o Tribunal de Justiça.

Eu já estava trabalhando como Auxiliar Judiciário, aprovada no concurso de 1993. Pediram-me que desse aulas.

Então nos reuníamos na casa de um deles aos finais de semana e estudávamos. Comecei a elaborar apostilas que eram chamadas por eles de "apostilas da Que-Quel".

Ah, devo dizer que também não foi fácil pra mim.

Sou caçula de uma família com dez filhos.

Meus pais, muito humildes, não podiam fazer mais do que faziam. Todos tivemos que nos virar muito cedo.

Mas eles estavam ali.... movidos de esperança. Ensinaram-me que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, não importa quantas vezes choremos... não importa se não chegamos em primeiro lugar... não importa se não alcançamos nossos alvos na primeira tentativa... não importam as adversidades... apenas continuem, dizia meu pai. E o via ali, praticando, ele mesmo, tudo o que ensinava.

E segui.

E então, como dizia, comecei a elaborar apostilas que foram ficando famosas... rsrs


No Fórum onde trabalhava, os colegas começaram a pedir que desse aulas. Mudei o local para minha casa e começamos a estudar.

E veio o concurso de 1997. Prova difícil.
Não obtiveram o êxito esperado. Mas não desistimos.

E veio o concurso de 2001. Estava já há algum tempo no TJ e resolvi que precisava mudar de cargo. Precisava passar para Analista. O que fazer? Pedi um mês de licença-prêmio e me tranquei em casa.

Prestem atenção. Tranquei-me!!! O tempo jogava contra mim. Minha licença foi deferida para 1º de julho de 2001 e a prova seria vinte e um dias depois.


Passava os dias lendo Codejrj e Estatuto e gravando a minha própria voz para escutar mais tarde, enquanto fazia outras tarefas.

Estudei o que pude, como pude.


E aí... em 2001 fui aprovada para Analista Judiciário (antigo Técnico Judiciário Juramentado). Gabaritei as questões de Codjerj e Estatuto.

Pouco tempo depois, estava trabalhando, quando um amigo, Vinícius, sabendo que eu havia gabaritado essas matérias, me convidou para dar aulas em Campo Grande-RJ.

Fui, morrendo de medo. Frio na barriga. Mas fui...

Lembra?? Jamais desistir!


Parece que gostaram... Daqui a pouco, ele mesmo , Vinícius, ao ser convidado para dar aulas em um curso da Barra, indicou meu nome para substituí-lo.

E lá fui eu... Assim, foram conhecendo meu trabalho.

Logo, estava sendo convidada para outro curso... e outro... e outro...


E tenho dado aulas desde então. A cada concurso, um novo desafio.

As apostilas da "Que-Quel" foram transformadas em apostilas da Professora Raquel Tinoco.

Amanda, minha sobrinha, está hoje no TJ-PR.

Outros sobrinhos seguiram rumos diferentes, sempre em frente, sempre na direção de seus sonhos. Estão chegando lá.


Meus alunos tornaram-se meus amigos e isso não tem preço.

Meu maior incentivo?? É acompanhar cada resultado e torcer por:

Admares, Alessandras, Alexandres, Alines, Amandas, Andréias, Andrezzas, Anicks, Arianes, Biancas, Bias, Brunos, Calixtos, Carlas, Carlos, Carlinhos, Carolinas, Carolines, Cidas, Christians, Constanças, Cristianes, Daniéis, Danielles, Deises, Denises, Diogos, Drês, Dris, Eneas, Fabíolas, Fábios, Fernandas, Filipes, Flávios, Freds, Giselas, Giseles, Ghislaines, Glórias, Hannas, Henriques, Ianos, Ilanas, Isabéis, Isabelas, Israéis, Ivanas, Ivans, Izadoras, Jackies, Jacques, Janes, Joões, Jeans, Julianas, Kayenes, Kátias, Lenes, Léos, Lúcias, Lucianas, Lucianos, Ludymilas, Luízas, Luzias, Magnos, Marcelas, Marcélis, Marcellas, Marcelles, Márcias, Marcys, Marianas, Marias, Megs, Meles, Mônicas, Patrícias, Pattys, Paulos, Pedros, Pritzes, Rafas, Rafaéis, Raphas, Raquéis, Renatas, Renées, Robertas, Robertos, Rodrigos, Rogérias, Silvanias, Simones, Sérgios, Suelens, Suellens, Tassianas, Tatis, Vanessas, Vicentes, Wilsons....

Deus os abençoe.

não desista!

não desista!

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