"Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, prossigo para o alvo." Filipenses 3:13 e 14.
domingo, 15 de agosto de 2010
O Fazendeiro e o Cavalo
Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá.
O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação, certificando-se que o animal não havia se machucado.
Mas, pela dificuldade e alto custo para retirá-lo do fundo do poço, achou que não valia a pena investir na operação de resgate.
Tomou, então, a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo.
E assim foi feito: os empregados, comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo.
Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, os animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo.
Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente, conseguir sair."
Não conheço o autor do texto, mas preciso dizer algo mais a você? Tenho certeza que entendeu o que quero que entenda. É a adversidade. É a terra que, usada para aniquilar, serviu de instrumento para a vida. A adversidade deve ser usada como trampolim, como cajado, como bênção.
Esses dias recebi um e-mail de uma aluna que me acompanha há algum tempo. Suas palavras me impressionaram, pois eu não tinha consciência do fato.
Durante algum tempo trabalhei no Curso M&G. Hoje, infelizmente, ele não mais existe. Nessa época, acho que a pior da minha vida, passava por inúmeras lutas. Um dia, como em muitos outros, precisei me atrasar por causa da doença de minha mãe. Levei-a primeiro ao hospital e só depois segui para o curso. Os alunos me aguardavam.
Hoje, alguns anos depois, uma aluna me disse o seguinte: "esperávamos uma mulher abatida, cansada, disposta a desistir. Mas quando você entrou na sala, a surpresa. Não havia sinal de abatimento, não havia cansaço, apenas esperança e força. Talvez até pensaram que você não ligasse tanto para sua mãe, mas acompanhando sua história, vi que sua ligação com sua família é muito forte. Diga-me: como se manter assim na adversidade?"
Eu parei diante daquele e-mail. Fiquei pensando durante alguns minutos. Revivi todo o processo. Me vi diante dos alunos, me vi ensinando, me vi falando a eles, mas não tinha consciência de que isso estava sendo gravado. Muitas vezes, confesso, entrei na sala sem saber qual o resultado de mais uma sessão de hemo, sem saber se meu pai, que estava internado, sobreviveria. Tinha vontade até de chorar e até chorava. Mas olhava para você. Pensava em seu sonho. Talvez pudesse ajudá-lo na consquista. Sabia que contava comigo.
Não era hora de desistir. Era hora de entregar a Alguém muito mais forte que eu todas as minhas dores.
Um dia, caminhava para uma sala de aula quando recebi a ligação informando que meu pai havia falecido. Um dia saía de uma sala de aula quando recebi a notícia inacreditável que meu querido Adson tinha partido. Um dia... um dia... um dia...
São as adversidades. Elas estão e estarão presentes em nossa vida durante toda a nossa existência. O que fazer dela é uma escolha só nossa. Podemos sucumbir e viver reclamando que a vida não nos presenteia com o que queremos ou podemos usá-la para subir cada vez mais.
Foto: Jaime Pereira