segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Lições

Florescer no deserto é para os fortes. Nem todos conseguem; a maioria sucumbe. Há lições em toda parte, onde nem imaginamos. Aprendemos mais uma. Quando a vimos, foi paixão. Linda, florida, poucas folhas, pequena ainda. Não conhecíamos a espécie. Eu e Paulo (meu marido) resolvemos trazê-la para casa. Pesquisamos na internet os cuidados necessários. Trocamos o vaso para que ela ficasse melhor acomodada. E assim foi... Pouca sombra, pouca água. Depois de algum tempo suas flores caíram e apenas algumas folhas permaneceram. Durante um ano, cultivamos carinhosamente nossa plantinha. Pouca sombra, pouca água... Esperávamos ansiosos pelos novos botões. Demoraram, mas vieram. Comemoramos! Dias depois eles se foram. Por três vezes a história repetiu-se. Trocava de lugar, mudava a posição, mas os botões não vingavam. Não compreendíamos. O que estava errado? Tanto cuidado! Tanto carinho! Lugar de destaque e nada de flores. Resolvemos, então, colocá-la direta e continuamente sob o sol. Sem sombra alguma, quase nenhuma água. O sol escaldante do verão mais quente dos últimos 30 anos batia sobre suas folhas. Eu apenas observava. De repente, botões!!! Mais botões!!! Uma flor... duas... três... muitas!!! A Rosa do Deserto floresceu, ainda mais bela do que quando a vimos pela primeira vez.

Raquel Tinoco