Árvores fortes, de raízes profundas....

Quem já entrou numa mata, num dia de chuva forte e ventos cortantes, sabe que não existe espetáculo mais sombrio nem sons mais lúgubres.

É o vento assobiando por entre os galhos das árvores, quase completamente desfolhados. É o gotejar da chuva, caindo sobre os montes de folhas secas no chão.

É o sopro do vento levantando no ar as folhas, que voam para o fundo da mata, como que indo para um túmulo. São as delicadas cores dos troncos e musgos, agora manchadas e desfeitas pela água que escorre.

Como é difícil crer que uma floresta de cenário tão sombrio possa ser a mesma do verão, cheia de tanta beleza!

No entanto, nós sabemos que esse mesmo vento que está agitando as árvores e zumbindo de modo tão lúgubre, essa mesma chuva que escorre, essas mesmas folhas que estão apodrecendo, irão ajudar a floresta a se "vestir" de verde.

Eles irão fazer a mata cantar de alegria e pulsar com vida. Esses ventos, esse clima adverso, contribuem para a formação de árvores fortes, de raízes profundas.

Até mesmo o furacão que a desfolha e lhe quebra os galhos revitaliza sua capacidade básica, obrigando-a a exercitar mais força.

Se a árvore é arrancada pela ventania, suas sementes se espalharão e acabarão dando origem a uma nova floresta. Ao serem destruídas, tais árvores voltam para o solo, de onde vão brotar novas árvores.

Assim também nós, hoje, podemos ser mais fortes, mais puros e melhores, por causa das lágrimas, dos gemidos e dos sofrimentos de ontem.

Então sabemos, e todo mundo sabe, que nossa vida está mais rica, mais equilibrada e confiável, menos egocêntrica, menos ligada àquilo que nos vem pelos sentidos.

Sabemos que toda a atmosfera que nos cerca se acha mais pura e cheia de energia.

Fontes no Vale
Lettie Cowman

Foto: http://www.arvorebrasil.com.br/?pg=aguas_florestas

Simples, simples assim...

Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no efeito.

Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a vêem.

Michelangelo Buonarroti